Presidente do Comitê de 1922, Graham Brady, informou que novo primeiro-ministro vai ser designado até 28 de outubro
Após a renúncia de Liz Truss, nesta quinta-feira, 20, como premiê do Reino Unido e a informação de que até o dia 28 de outubro um novo nome vai ser designado para o cargo, alguns candidatos começaram a ser cotado para assumir a posição, dentre eles o do ex-primeiro-ministro Boris Johnson que deixou o cargo em 7 de julho após uma série de escândalos que abalaram o seu governo. Truss estava à frente do governo britânico desde o dia 6 de setembro, quando foi nomeada pela rainha Elizabeth II como a nova premiê. 45 dias depois, ela desistiu da posição alegando que não conseguiria cumprir com suas promessas. “Reconheço que, dada a situação, não posso entregar o mandato pelo qual fui eleita pelo Partido Conservador. Portanto, falei com Sua Majestade o Rei para notificá-lo de que estou renunciando ao cargo de líder do Partido Conservador”, afirmou Truss. “Esta manhã encontrei o presidente do Comitê de 1922, Sir Graham Brady. Concordamos que haverá uma eleição de liderança a ser concluída na próxima semana. Isso garantirá que permaneçamos no caminho para entregar nossos planos fiscais e manter a estabilidade econômica e a segurança nacional de nosso país”, continuou a agora ex-premiê britânica.
Desde que foi eleita, seu plano de governo não foi bem aceito pelos britânicos, o que fez com que ela enfrentasse uma crise de confiança. Em menos de seis dias, dois ministros, incluindo o das Finanças, foram demitidos, o que agravou ainda mais a crise. Uma pesquisa realizada pelo YouGov mostrava que, entre os membros do partido, 55% estimam que ela deveria renunciar, enquanto 38% preferem que continue no cargo. A dois anos das próximas eleições parlamentares, a oposição trabalhista se sobressai frente aos conservadores nas pesquisas. Após o anúncio de Truss, o líder da oposição, Keir Starmer exigiu eleições imediatas no Reino Unido. “Os conservadores não podem responder à sua última confusão simplesmente estalando os dedos e mudando os que estão no topo sem o consentimento do povo britânico. Precisamos de eleições gerais agora”, declarou em um comunicado. Ainda não há um favorito para assumir o cargo, porém, dentre os nomes estão:
Rishi Sunak
O ex-ministro das Finanças foi derrotado por Truss na fase final do processo de eleição de um novo líder conservador no início de setembro, decidido pelas bases do partido. Era o candidato preferido dos deputados. O ex-banqueiro bilionário de 42 anos é uma figura tranquilizadora que defende a ortodoxia fiscal. Durante sua campanha em agosto, alertou, repetidas vezes, que cortes de impostos não financiados piorariam a situação da inflação, em seu nível mais alto em décadas. Além disso, minaria a confiança dos mercados. Sunak tem, no entanto, um argumento importante que pesa contra ele: muitos deputados leais a Boris Johnson veem-no como o traidor, cuja renúncia em julho precipitou a queda do carismático e polêmico primeiro-ministro.
Jeremy Hunt
O novo ministro das Finanças emergiu como aquele que tem as rédeas do poder diante do enfraquecimento de Truss, após se ver obrigada a desistir de seu plano econômico e nomeá-lo como chefe da pasta. Foi ele que anunciou, na segunda-feira (17), a retirada espetacular de quase todas as medidas fiscais de Truss, que haviam causado pânico nos mercados. Este pouco carismático, mas muito experiente, ex-ministro das Relações Exteriores e da Saúde, de 55 anos, garantiu em recente declaração à rede BBC que, depois de duas tentativas fracassadas de se tornar líder do partido e chefe de governo – em 2019 e em julho deste ano – não pretende participar de novas disputas.
Penny Mordaunt
A ministra encarregada das relações com o Parlamento, que também concorreu em julho com Truss para suceder a Boris Johnson, era a favorita das bases conservadoras, mas foi descartada pelos deputados no último minuto. Esta carismática ex-ministra da Defesa, de 49 anos, ficou sob os holofotes na segunda-feira, quando compareceu ao Parlamento no lugar de Truss para responder a oposição. Defendeu com desenvoltura a guinada na política econômica do governo. A hipótese de uma candidatura de Mordaunt-Sunak surgiu recentemente, e o jornal conservador “The Times” mencionou, na terça-feira (18), conversas não confirmadas nesse sentido.
Boris Johnson
É uma possibilidade que circula na imprensa conservadora há meses: como uma fênix, o polêmico Johnson faria seu retorno, impondo-se como uma escolha óbvia. Sua vitória esmagadora nas eleições de 2019 deu aos conservadores uma maioria que não viam desde Margaret Thatcher na década de 1980. O herói do Brexit tem, contudo, grandes obstáculos a superar. Sua renúncia forçada em julho deste ano – após uma multiplicação de escândalos que incluem festas na sede do poder (Downing Street), violando as regras anticovid – continua fresca. Parte do atual desastre conservador entra na conta de Boris. Além disso, resta saber se Johnson, que agora, aos 58 anos, embarca em uma lucrativa carreira como palestrante ao redor do mundo, estaria disposto a reassumir a liderança da legenda dois anos antes de eleições legislativas, nas quais as pesquisas prometem uma vitória esmagadora da oposição trabalhista. A reeleição de Johnson não é bem vista. De acoro com o The Guardian, parlamentares conservadores devem bloquear o retorno de Johnson. A vice-líder dos Liberais Democratas, Daisy Cooper MP, disse que vai ser realizado um pedido para que ele seja impedido de concorrer à eleição da liderança conservadora.
Ben Wallace
Entre os últimos favoritos, está o ministro da Defesa, que havia decidido não entrar na corrida para se dedicar à segurança do país. Nos últimos dias, seu nome surgiu como uma possível figura de unidade do Partido Conservador. Ben Wallace, de 52 anos, pareceu descartar esse cenário, garantindo ao jornal “The Times”, na terça-feira, que quer continuar à frente da pasta da Defesa.
Apesar presidente do Comitê de 1922, Graham Brady, ter anunciado que até o dia 28 de outubro um novo nome vai ser designado para premiê britânico, ainda não está claro como a eleição vai acontecer, porém, segundo The Guardian, existem três possibilidades: os parlamentares escolherem um líder e ele ser aprovado ou não pelos membros por meio de uma votação instantânea; Membros escolhem um premiê a partir de uma lista restrita escolhida pelos deputados; Deputados escolhem o líder, sem que os membros tenham qualquer opinião.
*Com informação da AFP
Fonte: Jovem Pan News
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