Após retornar da Estação Espacial Internacional (ISS), a astronauta italiana Samantha Cristoforetti concedeu a sua primeira entrevista coletiva, nesta terça-feira (18). Dentre suas falas, ela destacou que “já sente falta” de estar no Espaço.

Cristoforetti aproveitou para agradecer “a oportunidade de voar duas vezes”. Ela estava em sua segunda missão na ISS e passou cinco meses trabalhando e vivendo na órbita terrestre baixa. Ela, que foi a primeira mulher europeia a comandar a unidade ao ficar no cargo por 15 dias, declarou que “foi um privilégio” estar ali sob aquelas condições.

A coletiva aconteceu no Centro Europeu de Treinamento dos Astronautas da Agência Espacial Europeia (EAC-ESA) em Colônia, na Alemanha, e contou com a presença de jornalistas de vários países. Um dos questionamentos levantados pelos presentes para a astronauta foi sobre o impacto da guerra na Ucrânia, que opôs os países europeus e a Rússia, nos cosmonautas a bordo da ISS. De acordo com Cristoforetti, não houve impacto negativo, “há um clima único de cooperação na Estação Espacial Internacional”.

A italiana Samantha Cristoforetti será a primeira mulher de origem europeia a fazer uma caminhada espacial na ISS. Imagem: ESA

Ela aproveitou a pergunta para frisar que “esse espírito de cooperação, provavelmente, existe em outras esferas. Mas, com o trabalho que eu faço e com a experiência que tive, aqui foi o lugar onde achei esse clima melhor. Sempre há uma grande determinação de colocar em primeiro lugar as coisas que fazemos e que nos unem lá. E é uma atmosfera que, na minha vida, só vivi na ISS”.

“O Espaço não é uma aventura separada das lutas humanas”, disse a astronauta

Além disso, Cristoforetti ressaltou que ir ao Espaço é algo sério, “não é só uma bela aventura, mas também um fator de crescimento para os países, riquezas e bem-estar”. Ainda, há questões sociais, econômicas e tecnológicas que a acompanharam durante a estadia na ISS. “É importante adquirir a consciência que o Espaço não é uma aventura separada das lutas humanas. É crucial no que tange competências tecnológicas, as capacidades de inovação e de crescimento econômico, em geral, para as capacidades de um país em responder às exigências de seus cidadãos”, pontuou.

“Eu já sinto falta da Estação Espacial e vou continuar sentindo. É um local em que passei um ano da minha vida, um local que eu amo e que você pode experimentar a ausência de gravidade, bem como o clima amável de cooperação a bordo”, disse a italiana durante a coletiva.

De volta à Terra, na última sexta-feira (14), a astronauta já está trabalhando. pelo menos foi o que declarou o presidente da Agência Espacial Italiana (ASI), Giorgio Saccoccia. “Agora, ela terá que fazer muitos compromissos, que vai conciliar com os momentos familiares. Esperamos ela o mais breve possível na Itália”.

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