Em 2019, a China revelou que a missão Chang’e-4 conseguiu plantar sementes de algodão na Lua. Embora as “mudinhas” tenham morrido pouco tempo depois, aquela foi a primeira vez na história que um material biológico brotou com sucesso no nosso satélite natural.
E agora, outro país quer repetir o feito. Em colaboração com a startup Lunaria One, cientistas da Universidade Nacional Australiana (ANU) querem cultivar plantas na Lua até 2025.
A Carga Australiana de Experimentação Lunar Promovendo a Horticultura (ALEPH-1, na sigla em inglês) será lançada a bordo do módulo de pouso Beresheet 2, da SpaceIL, um projeto que Israel anunciou logo após sua primeira missão lunar fracassar em 2020.
De acordo com o site Space.com, as plantas e sementes ALEPH-1, mesmo mantidas em uma câmara protetora, enfrentarão muitos desafios: insuficiência de água, gravidade fraca, dia e noite com duração de sete dias terrestres e nenhuma atmosfera protegendo a superfície da radiação solar prejudicial.
“O espaço é um campo de testes excepcional para como propagar plantas nos ambientes mais extremos”, disse Caitlyn Byrt, bióloga de plantas da ANU e consultora científica da Lunaria One, em um comunicado.
Antes do lançamento, os pesquisadores vão trabalhar para garantir o envio das sementes candidatas mais viáveis para lá. Algumas das aspirantes, como uma grama australiana chamada Tripogon loliformis, são conhecidas como “plantas de ressurreição”- algo como a versão botânica do resistente microscópico “urso de água”, ou tardígrado (que são capazes de voltar à vida e prosperar mesmo depois de longos períodos de dormência e desidratação, bastando o contato com a água).
Plantas capazes de sobreviver na Lua podem representar mais do que apenas uma fonte de alimento. Eles também podem fornecer oxigênio respirável para os astronautas, e algumas ainda podem ser usadas para desenvolver medicamentos que poderiam eventualmente ser fabricados in loco.
A missão ALEPH-1 também pode ajudar a entender como enfrentar as mudanças climáticas na Terra, identificando espécies de plantas comestíveis que podem aturar condições extremas e facilmente trazer um retorno após dificuldades como a seca.
“Se você pode criar um sistema para cultivar plantas na Lua, então você pode criar um sistema para cultivar alimentos em alguns dos ambientes mais desafiadores da Terra”, disse Caitlyn.
Ela e seus colegas estimam que algumas sementes podem vir a brotar nas primeiras 72 horas depois que Beresheet 2 tocar o solo lunar. Durante todo o período, segundo a cientista, imagens do experimento serão enviadas à Terra e compartilhadas com o público regularmente.
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Fonte: Olhar Digital
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