Governador de Minas Gerais também criticou o apoio de Amoêdo ao petista e declarou que o empresário é um ‘peso’ que ‘só tem contribuído para atrapalhar o Partido Novo’
Nesta sexta-feira, 21, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), visitou os estúdios do Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, para uma entrevista sobre a corrida presidencial no 2º turno, as decisões recentes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e também sobre as propostas do político para seu segundo mandato à frente do governo mineiro. Aliado de Jair Bolsonaro (PL), Zema declarou que aposta no apoio dos prefeitos para virar a eleição em seu Estado e que o eleitorado precisa se lembrar dos problemas dos governos petistas: “Minas é o segundo maior colégio eleitoral do país. Infelizmente o presidente Lula foi o mais bem votado, lá no 1º turno. Mas, eu saliento que é uma eleição muito diferente, o 1º e o 2º turno. Porque os prefeitos, e vale lembrar que Minas tem 853 municípios, estavam muito focados em eleger o seu deputado estadual e federal no 1º turno. Como nós já resolvemos essa questão e também a de governador, agora grande parte dos prefeitos estão focados apenas na questão presidencial. Em Minas Gerais, a maioria dos prefeitos querem ver o diabo e não querem ver o PT”.
“Na gestão PT em Minas Gerais, que foi encerrada há 4 anos atrás, nós tivemos um total desrespeito aos gestores municipais. Eles deixaram de receber os repasses de ICMS, de IPVA e de Fundeb. Coisa que nunca aconteceu no Brasil. Com isso, muitas cidades em Minas quase quebraram, foram à falência. Nós tivemos casos de cidades que, ao invés de pagar a folha de pagamento, forneciam cesta básica ao servidor público municipal. E casos de prefeitos que renunciaram, adoeceram e até que se suicidaram em Minas. É só refrescar um pouco a memória do mineiro que essa votação do 1º turno vai mudar muito no 2º turno”, especulou. O governador também fez duras críticas ao fundador do Partido Novo, João Amoêdo, que recentemente declarou apoio a Lula: “Me parece que o Amoêdo, uma pessoa que há 8 ou 10 anos atrás teve uma ideia excepcional, que é fundar um partido propositivo de princípios e de valores, se perdeu no decorrer do caminho. Isso aconteceu, na minha opinião, quando ele começou a atacar de forma consistente o presidente Bolsonaro, tudo o que o presidente fazia estava errado”.
Para Zema, o empresário vai contra os princípios do partido que criou, o que deveria acarretar na sua expulsão da legenda: “Me parece que ele próprio esqueceu aquilo que ele ajudou a escrever no passado. Eu tenho certeza que quem está no Novo não esqueceu, porque está muito bem escrito lá. O que eu quero e o que a maioria dos brasileiros querem é o contrário do que o PT já fez, e vai fazer de novo caso venha a ser eleito. O consenso vai prevalecer. Tenho contato de muitas pessoas do Novo que falaram que ele tem que ser expulso porque ele hoje não representa o partido e se tornou um peso, um ônus e alguém que só tem contribuído para atrapalhar o Partido Novo”.
Apesar da forte oposição do governador ao ex-presidente Lula, a maior parte do eleitorado mineiro votou tanto em Zema, quanto no petista, fenômeno que o político disse encarar com “naturalidade”: “Nós fizemos um governo com muitas entregas nesses últimos quatro anos, eu sou muito próximo do interior do Estado, de todas as regiões. O lugar que eu menos fico no meu governo é no meu gabinete, estou sempre presente. Minas Gerais é um Estado de transição. Temos uma parte expressiva do Estado que se assemelha muito ao Nordeste do Brasil, onde o candidato Lula tem uma boa popularidade. Consequentemente, ele foi bem votado. O eleitor é muito pragmático, mas nesse 2º turno nós estamos refrescando a memória do mineiro e lembrando como 2015 e 2016 foram anos terríveis, isso depois do PT estar no governo federal há 14 anos e ter fabricado a maior recessão da história do Brasil, sem pandemia, sem guerra na Ucrânia e em um momento que o mundo crescia. É só a questão de refrescar a memória para o mineiro voltar a ter noção do que realmente é melhor para ele”.
Zema também fez sua análise pessoal sobre as suas opções para o Palácio do Planalto e caracterizou um possível retorno de Lula (PT) como um “retrocesso enorme”: “Está muito visível. Existe o partido da companheirada, onde quem vai assumir ministérios e postos chave serão os companheiros tendo ou não qualificação, e a maioria não tem. E nós temos a opção do presidente Bolsonaro, que está muito claro que tem um ministério muito mais meritocrático, com pessoas que tem condição. Como governador de Minas, nesses últimos quatro anos, estive praticamente com todos os ministros e posso atestar que todos eles têm muita condição de estar à frente de suas pastas. Tem uma diferença muito grande”. O político ressaltou a recessão do governo Dilma e afirmou que o governo Lula se utilizou de farsas para dar a impressão de que melhorou a vida da população
“Parece que ficou na memória de alguns brasileiros, de maneira totalmente equivocada, que o Brasil teve bons momentos. Eu comparo o governo Lula a um atleta que toma anabolizante. Ele vai ganhar musculatura, vai melhorar a performance dele, vai ganhar medalhas, vai ficar famoso, vai apara a Olimpíada e etc. Depois, vão descobrir que aquilo foi uma farsa e vai vir problema renal, problema hepático e problema cardíaco. O que o PT, Lula e Dilma fizeram com o Brasil foi isso. Venderam e fizeram uma série de ações irresponsáveis que culminaram com a maior recessão e crise do Brasil em 2015 e 2016. Três milhões de desempregados nós tivemos naquela ocasião. Todo mundo que está nos acompanhando vai conhecer alguém que perdeu o emprego, cuja a empresa foi à falência ou encolheu, que é o caso da empresa que eu administrava”, analisou.
O político também deu sua opinião sobre a decisão do TSE contra a Jovem Pan que determinou que alguns fatos não sejam tratados pelo grupo de comunicação e seus profissionais, seja de modo informativo ou crítico: “Fiquei estarrecido com essa questão e não me lembro de casos parecidos. Deve ter acontecido quando eu era criança, talvez na época da ditadura militar tenha acontecido algo semelhante a isso. É algo que deve servir de alerta para o povo brasileiro. Se alguém está querendo tomar alguma medida autoritária, é quem está fazendo essas medidas. Não é o nosso candidato à presidência. Quem está querendo amordaçar e calar a boca dos meios de comunicação é quem fez essa medida”.
A respeito do governo de Minas Gerais, Zema declarou que, no segundo mandato, tem “obrigação de fazer um melhor do que o primeiro” e detalhou seus principais projetos para o Estado: “O trem já está nos trilhos, agora é fazer com que ele tenha uma velocidade maior. Nós vamos continuar muitos dos projetos já iniciados nesse primeiro governo, posso citar que já reformamos 1.400 escolas, vamos reformar mais 2.000 escolas no segundo governo. São escolas que estavam em uma situação terrível. Já pavimentamos com asfalto novo 2,5 mil quilômetros de rodovias que foram recuperadas. Vamos no segundo governo chegar a 10 mil quilômetros de rodovias que também estarão em uma situação muito boa ao final. Nos últimos 10 anos, Minas Gerais só teve operação tapa buracos. Na área da Saúde, até dezembro desse ano nós vamos cobrir todos os 853 municípios com serviço do SAMU e no segundo governo vamos concluir os 6 hospitais regionais que o PT abandonou as obras há 7 ou 8 anos atrás. Nós já temos recursos para que sejam concluídos os 6 hospitais regionais de grande porte, todos eles no interior do Estado. Essa ação, com outras que estamos conduzindo, vai fazer com que todas as regiões de Minas possam oferecer regionalmente atendimento médico de alta complexidade”.
“A última parte, com o regime de recuperação fiscal que nós já tivemos a adesão via judicial, um caso inédito no Brasil, o Supremo julgou e ficou muito claro que havia omissão legislativa. Um projeto que enviei no início do governo, o presidente da Assembleia Legislativa de Minas, por uma questão de politicagem, não deixou sequer os deputados analisarem o projeto e ele ficou engavetado, desde o início do meu governo. Mas, no Supremo, o ministro Nunes Marques foi atento à essa questão e autorizou Minas a aderir ao regime de recuperação fiscal. Com isso, a nossa dívida vencida de R$ 50 bilhões, em vez de ser paga em 5 anos, será paga em 30. Isso vai possibilitar novos concursos, a continuidade dos investimentos e a recomposição anual dos salários do funcionalismo público”, detalhou. Confira a entrevista completa no vídeo abaixo.
Fonte: Jovem Pan News
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