A bateria de estado sólido (SSB, ou “Solid-state battery”) é uma novidade que pode contribuir para a adoção dos carros elétricos nos próximos anos, uma vez que oferece mais alcance e vida útil — 15 anos ou mais, diz a startup americana Adden Energy.
Outra vantagem é o tempo estacionado em um ponto de recarga, que diminui de forma considerável (algumas baterias de estado sólido podem atingir 80% de carga em questão de minutos). Além disso, elas também são mais seguras, já que são menos propensas a incêndio, carregam menos metais pesados e, por consequência, causam menos impacto no meio ambiente quando descartadas.
Veja também:
O potencial já foi reconhecida por gigantes do meio automotivo, que investiram milhões de dólares em um programa de testes do componente.
Menos custos de produção
As baterias de estado sólido também custam menos para produzir e acumulam mais energia ocupando o mesmo espaço das baterias de íon-lítio, implicando em economia para as fabricantes e, consequentemente, para o bolso do consumidor.
É esperado que a tecnologia comece a chegar aos automóveis a partir de 2024 e torne o carregamento dos EVs “quase tão prático quanto abastecer um tanque de gasolina”, dizem os pesquisadores.
Novidade para 2023
Uma das empresas que também está de olho na ideia é a ProLogium Technology, que apresentou seus avanços tecnológicos mais recentes em baterias de estado sólido no Salão Automóvel de Paris de 2022, um das principais feiras do mundo quando o assunto é inovação.
Como mencionados antes, essas baterias estão entre as mais promissoras em meio a transição mundial para a eletrificação, deixando os carros ainda mais seguros, práticos e duráveis.
Sua maior densidade de energia também é crucial para melhorar o alcance, o que passa pelo uso do ânodo de silício. Nas baterias atuais, o silício raramente ocupa mais de 10% da composição do ânodo, devido à chance do componente inchar.
O dobro de energia
No entanto, a ProLogium, que possui nove anos de experiência no ramo, diz que está perto de superar essa limitação e pode se tornar a primeira fabricante de baterias do mundo a adotar o ânodo de óxido de silício 100%, aumentando a densidade de energia de 295-330 Wh/Kg para 695-770 Wh/Kg.
“A ProLogium provou mais uma vez sua capacidade de imaginar, projetar e desenvolver tecnologias inovadoras que permitem uma mobilidade sustentável”, disse Gilles Normand, Vice-Presidente Executivo de Desenvolvimento Internacional da ProLogium.
Segundo a empresa, as primeiras amostras do seu ânodo inovador estarão disponíveis em março de 2023, muito à frente do cronograma de produção estimado pela indústria automobilística, que previa a novidade entre 2025 e 2030.
Desafios no caminho
Apesar do otimismo, a fabricação em larga escala pode ser mais complicada. As baterias de estado sólido se expandem demais e controlar a pressão pode ser uma tarefa difícil. “Estamos dobrando a densidade da energia, o que significa que a energia é muito alta, como uma bomba”, explicou Yoshiaki Nitta, líder do grupo de estratégia de baterias da Nissan, ao Popular Mechanics.
Por fim, ainda que algumas fabricantes projetem que a tecnologia diminuirá o gasto na montagem de EVs, alguns analistas ainda estão céticos. Segundo o Bloomberg, a alta demanda por metais como manganês, cobalto, níquel e ferro para a produção das unidades pode deixar os preços mais altos que o esperado.
Imagem principal: JLStock/Shutterstock
Fonte: Olhar Digital
Comentários