A espaçonave Solar and Heliospheric Observatory (SOHO) da NASA e da Agência Espacial Europeia (ESA) fez imagens de dois cometas “Kreutz sungrazer” mergulhando na superfície do Sol. Mais de 4.000 fragmentos de Kreutz foram observados caindo no astro pelo SOHO.

Os cometas Kreutz sungrazers pertencem a um grupo de órbita muito semelhante, vários deles são atraídos pelo Sol. Acredita-se que todos eles vêm de cometa progenitor que se rompeu e seus fragmentos resultaram em milhares de pequenos cometas.

Em entrevista à Newsweek, o astrônomo da Universidad de La República, no Uruguai, Tabare Gallardo, disse que “não está claro quando essa ruptura ocorreu.” Karl Battams, do Laboratório de Pesquisa Naval dos EUA, disse à spaceweather.com que “pelo menos 30% dos sungrazers realmente brilhantes, como aqueles visto nas imagens do SOHO, que acabam tendo um pequeno companheiro líder ou é arrastado.”

Reprodução: Karl Battams/Twitter

Alguns Kreutz sungrazers foram observados ao longo da história registrada. Há quem diga que o cometa original tenha sido o Grande Cometa de 371 a.C., que parecia mais brilhante do que todas as estrelas do céu. Os cientistas estimam que este cometa pode ter um diâmetro de mais de 120 quilômetros.

“Esses cometas se movem ao redor do Sol em órbitas elípticas ou hiperbólicas. Um dos pontos da elipse ou hipérbole é o ponto mais próximo do Sol. Se essa distância é menor que o raio solar, então o núcleo do cometa necessariamente mergulha no Sol”, disse Lubos Neslusan, astrônomo da Academia de Ciências da Eslováquia, à Newsweek.

A colisão de cometas Kreutz com o Sol pode demorar milhões de anos

Segundo o site spaceweather.com, os astrônomos têm vigiado um grupo maior de cometas Kreutz colidindo com o Sol, mas ainda não foram observadas grandes colisões de aglomerados. “Não temos absolutamente nenhuma ideia de como é a distribuição real dos cometas Kreutz ao redor de sua órbita”, disse Battams. Por se tratar de um fenômeno muito extenso no tempo, do qual se teve notícia há pouco tempo, os pesquisadores devem continuar suas observações e registros.

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Imagem: Um cometa (esquerda) e uma captura de tela da sonda SOHO. Os dois cometas estão se aproximando do Sol. Créditos: ESA / NASA / USNRL / KARL BATTAMS

“A maioria dos cometas não mergulham no Sol… não no curto prazo. Estima-se que o processo de colisão demore milhões de anos para acontecer”, disse Paul Wiegert, físico e astrônomo da Universidade de Ontário Ocidental, à Newsweek. Conforme esses corpos celestes atingem o Sol, eles são vaporizados pelas altíssimas temperaturas da superfície, que chegam até 5.778 K ou 5.505ºC.

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