A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) determinou o recolhimento imediato de mais petiscos caninos contaminados com etilenoglicol. Segundo informações da Agência Brasil, o Balance Bifinhos, fabricado pela empresa Pets Mellon Industria de Produtos para Alimentação Animal Ltda (BRF Pet), também serão retirados do mercado.
A decisão foi tomada após a própria empresa ter anunciado a contaminação de seus produtos com a substância tóxica. O Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), já havia determinado o recolhimento desses petiscos “em todo o território nacional” na semana passada, após ter recebido oficialmente o comunicado de recall voluntário dos lotes.
“Com o novo comunicado, são ao todo seis empresas com determinação de recolhimento de seus produtos após detecção de dois lotes de propilenoglicol contaminados com monoetilenoglicol, adquiridos da empresa Tecno Clean: Bassar Indústria e Comércio Ltda, FVO Alimentos Ltda, Peppy Pet Indústria e Comércio de Alimentos para Animais, Upper Dog comercial Ltda, Petitos Indústria e Comércio de Alimentos, e agora a Pets Mellon Industria de Produtos para Alimentação Animal Ltda”, informou a pasta.
O recall vale para os seguintes petiscos caninos: Balance Bifinhos Filhote Frango: lote 22V074 (fabricado em 15/03/2022); Balance Bifinhos Carne Vegetais: lote 22V085 (fabricado em 26/03/2022); e Balance Bifinhos Frango Assado: lote 22V085 (fabricado em 26/03/2022).
Segundo a Senacon, até o momento, não há “evidências de mortes de cães causadas pela ingestão dos petiscos”. Em nota oficial, a empresa afirmou que conduz a realização de análises técnicas próprias e independentes.
Entenda o caso
Em setembro, diversos donos de cachorros e grupos ativistas alertaram para a morte de alguns cães após eles comerem petiscos da marca Bassar. Segundo a Polícia Civil de Minas Gerais, mais de 54 animais morreram em 11 estados e no Distrito Federal depois da ingestão.
Laudos apontaram que os animais foram a óbito após uma insuficiência renal e hepática que ocorreu por intoxicação com etilenoglicol. Os casos chamaram atenção da Senacon, que notificou a empresa, e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que determinou que todas as empresas que tivessem adquirido os lotes AD5053C22 e AD4055C21 da matéria-prima propilenoglicol da empresa TecnoClean Industrial LTDA suspendessem o uso.
Posteriormente, uma investigação do Mapa comprovou além da contaminação a possibilidade de o ingrediente contaminado ter ido para fábricas de alimentos humanos; a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) chegou a decidir pelo recolhimento de massas alimentícias da empresa Keishi (Bbbr Indústria e Comércio de Macarrão Ltda). Saiba detalhes aqui.
O Mapa explicou que o propilenoglicol (composto orgânico da mesma família do etilenoglicol, mas não tóxico) é um produto de uso permitido na alimentação animal, desde que seja adquirido de empresas registradas. A atual contaminação por etilenoglicol seria oriunda de empresa sem registro.
“As investigações que estão sendo realizadas são relacionadas a uma possível contaminação do propilenoglicol por monoetilenoglicol. Até o momento, não existe diretriz do ministério de suspender o uso de produtos que contenham propilenoglicol na sua formulação, além dos já mencionados.”
Em outra ocasião, a TecnoClean esclareceu, em nota, que não fabrica propilenoglicol, tendo comprado da empresa A&D Química Comércio Eireli e revendido ao mercado nacional como distribuidora.
Fonte: Olhar Digital
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