A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o registro sanitário do terceiro produto de terapia gênica para tratamento de câncer. Conhecido como Yescarta e fabricado pela Kite, empresa da Gilead Sciences Farmacêutica do Brasil, o fármaco é destinado ao tratamento de pacientes adultos com linfoma de grandes células B (LDGCB) — linfomas graves — recidivado ou refratário.
A terapia gênica é um tratamento que introduz no organismo genes saudáveis para substituir ou modificar células que estão causando problema de saúde — é como uma alteração genética. Segundo informações da Anvisa, a terapia com células geneticamente modificadas tem demonstrado perfil de segurança e eficácia no tratamento de pacientes em recidiva e refratariedade para linfomas graves.
“O produto aprovado é composto por células T autólogas com receptor de antígeno quimérico (CAR), projetadas para eliminar células tumorais que expressam CD19”, disse o órgão.
Entre os outros produtos com registros já aprovados pela Anvisa estão o Carvykti (ciltacabtageno autoleucel), da empresa Janssen-Cilag Farmacêutica Ltda, e o Kymriah (tisagenlecleucel), da empresa Novartis Biociências S.A. Ambos também receberam sinal verde este ano.
O que é um produto de terapia avançada?
Produtos de terapia avançada são uma categoria especial de medicamentos considerados inovadores que compreende terapia celular avançada, engenharia tecidual e terapia gênica, todos desenvolvidos a partir de biotecnologia avançada, utilizando células e genes humanos, com a promessa de atender demandas terapêuticas e de qualidade de vida em doenças raras e sem alternativas terapêuticas.
O que é o produto de terapia gênica?
“Do ponto de vista regulatório, conceitua-se como um produto de origem biológica cujo componente ativo contenha ou consista em ácido nucleico recombinante, podendo ter o objetivo de regular, reparar, substituir, adicionar ou deletar uma sequência genética e/ou modificar a expressão de um gene humano, com vistas a um resultado terapêutico, preventivo ou de diagnóstico”, explica a agência.
Há dois tipos de produto de terapia gênica disponíveis: in vivo e ex vivo. No primeiro caso, trata-se de um gene terapêutico, carreado por um determinado vetor, que será administrado diretamente no paciente.
Já na terapia gênica ex vivo, o processo de introdução do gene-alvo, por meio de vetores, é realizado em laboratório em células específicas para promover sua modificação genética e, posteriormente, é formulado um produto com suspensão destas células modificadas que serão então administradas ao paciente. O Yescarta, por exemplo, é um produto de terapia gênica ex vivo.
Cuidados especiais
Ainda conforme a reguladora, as principais preocupações de segurança envolvendo o produto é a síndrome de liberação de citocinas (SRC), uma resposta sistêmica à ativação e à proliferação de células CAR-T, que causa febre alta e sintomas semelhantes aos da gripe, infecções e encefalopatia, ou seja, um tipo de distúrbio cerebral.
Além disso, outros aspectos importantes de segurança são a toxicidade neurológica, citopenia prolongada e infecções graves. As estratégias de monitoramento e mitigação desses efeitos secundários são parte fundamental do plano de gerenciamento de risco definido no processo de registro na Anvisa, com medidas de responsabilização que deverão ser providenciadas para o sucesso da terapia no Brasil.
O Yescarta também foi aprovado pela Agência Reguladora dos Estados Unidos (Food and Drug Administration – FDA), em 29 de novembro de 2017, e pelo Comitê de Medicamentos de Uso Humano (sigla em inglês, CHMP) da European Medicines Agency (EMA), em 28 de junho de 2018.
Com informações da Anvisa
Já assistiu aos novos vídeos no YouTube do Olhar Digital? Inscreva-se no canal!
Fonte: Olhar Digital
Comentários