Buracos negros são extremamente fascinantes, e recentemente um estudo apontou a presença de um “praticamente no nosso quintal”. Agora, uma pesquisa independente feita de forma praticamente concomitante foi publicada, confirmando a existência de um buraco negro mais próximo da Terra do que tínhamos conhecimento.
Versões supermassivas de buracos negros provavelmente residem nos centros de todas as grandes galáxias. Já Buracos negros de massa estelar – que pesam aproximadamente cinco a 100 vezes a massa do Sol – são muito mais comuns, com cerca de 100 milhões, apenas na Via Láctea.
No entanto, apenas alguns poucos foram confirmados até o momento, e quase todos são “ativos” – o que significa que brilham intensamente em raios-X enquanto consomem material de um companheiro estelar próximo, ao contrário de buracos negros adormecidos, que não são facilmente identificados.
Usando o telescópio Gemini North no Havaí, um dos telescópios gêmeos do Observatório Internacional Gemini, operado pelo NOIRLab da NSF, astrônomos descobriram o buraco negro mais próximo da Terra (pelo menos que sabemos até aqui), que os pesquisadores apelidaram de Gaia BH1.
Este objeto adormecido pesa cerca de 10 vezes a massa do Sol e está localizado a cerca de 1.600 anos-luz de distância, na constelação de Ophiuchus, tornando-o três vezes mais próximo da Terra do que o recordista anterior, um binário de raios X na constelação de Monoceros.
A nova descoberta foi possível graças a observações requintadas do movimento da companheira do buraco negro, uma estrela parecida com o Sol que orbita o buraco negro aproximadamente à mesma distância que a Terra orbita o Sol.
“Pegue o sistema solar, coloque um buraco negro onde está o sol e o sol onde está a Terra, e você obtém esse sistema”, explicou Kareem El-Badry, astrofísico do Centro de Astrofísica | Harvard & Smithsonian e do Instituto Max Planck de Astronomia, autor principal do artigo que descreve a descoberta.
A equipe originalmente identificou o sistema como potencialmente hospedando um buraco negro analisando dados da espaçonave Gaia da Agência Espacial Europeia. Gaia capturou as pequenas irregularidades no movimento da estrela causadas pela gravidade de um objeto massivo invisível.
Para explorar o sistema com mais detalhes, El-Badry e sua equipe recorreram ao instrumento Gemini Multi-Object Spectrograph em Gemini North, que mediu a velocidade da estrela companheira enquanto orbitava o buraco negro e forneceu uma medição precisa de seu período orbital.
“Embora tenha havido muitas detecções reivindicadas de sistemas como este, quase todas essas descobertas foram posteriormente refutadas. Esta é a primeira detecção inequívoca de uma estrela parecida com o Sol em uma órbita ampla em torno de um buraco negro de massa estelar em nossa galáxia”, afirmou El-Brady.
O que torna a descoberta ainda mais inequívoca é o fato de que outro estudo recente ter feito a mesma descoberta por um caminho diferente.
Novo buraco negro é descoberto “praticamente no nosso quintal”
Um artigo publicado no servidor de pré-impressão arxiv.org, já revisado por pares e aceito pelo periódico científico Astrophysical Journal, descreve a descoberta de um buraco negro monstruoso, com cerca de 12 vezes a massa do Sol, extremamente próximo de nós. Tanto que a autora principal do estudo, Sukanya Chakrabarti, professora de física da Universidade do Alabama-Huntsville (UAH), nos EUA, disse que ele está “praticamente no nosso quintal”.
“Está mais perto do Sol do que qualquer outro buraco negro conhecido, a uma distância de 1.550 anos-luz”, revelou a cientista.
Para saber mais, acesse a reportagem do Olhar Digital.
Fonte: Olhar Digital
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