Depois da Meta, chegou a vez da Amazon anunciar o congelamento de planos de recrutamento para a empresa. De acordo com o site gringo Engadget, a vice-presidente sênior de experiência e tecnologia da big tech, Beth Galetti, explicou em um memorando (texto técnico destinado à comunicação interna) a decisão, que não foge muito da justificativa da companhia de Mark Zuckerberg e outras instituições do mercado de tecnologia. 

“Com a economia em um lugar incerto e à luz de quantas pessoas contratamos nos últimos anos, Andy [Andy Jassy, CEO] e S-team [equipe] decidiram esta semana fazer uma pausa em novas contratações incrementais em nossa força de trabalho corporativa. Já havíamos feito isso em alguns de nossos negócios nas últimas semanas e adicionamos nossos outros negócios a essa abordagem”, disse Galetti em um trecho do documento. 

A chefe de recursos humanos explicou que a pausa se estenderá aos próximos meses, mas que a equipe está de olho na “economia e nos negócios para ajustar conforme acharmos que faz sentido”. As únicas contratações possivelmente realizadas serão para “lugares direcionados”. 

“Estamos enfrentando um ambiente macroeconômico incomum e queremos equilibrar nossas contratações e investimentos com uma reflexão sobre essa economia. Esta não é a primeira vez que enfrentamos economias incertas e desafiadoras. Embora tenhamos vários anos em que expandimos amplamente nosso número de funcionários, também houve vários anos em que apertamos nosso cinto e fomos mais simplificados em quantas pessoas adicionamos”, acrescentou a gestora. 

Amazon
Imagem: Worawee Meepian/Shutterstock

Durante o auge da pandemia, a Amazon foi uma das empresas que contratou um grande número de pessoas diante do aumento das vendas on-line. Por outro lado, um prejuízo a alcançou este ano devido o retorno às compras presenciais e outros custos adicionais. A companhia de Jeff Bezos registrou um dano de US$ 2 bilhões durante o segundo trimestre (de abril a junho) e cortou 99 mil vagas de empregos, muitas delas de trabalhadores de depósitos. Ela também cancelou o lançamento de algumas instalações e, conforme mencionado por Galetti, interrompeu no início de outubro contratações corporativas para seus negócios de varejo. 

Outros grandes nomes como Apple, Google e NVIDIA também estão seguindo a mesma linha. Recentemente, a Lyft, empresa de rede de transporte dos Estados Unidos, confirmou a demissão de 700 funcionários, cerca de 13% de sua força de trabalho, segundo divulgou o The Wall Street Journal. A empresa de carona tem mais de 5.000 funcionários, que não incluem seus motoristas, e já em julho cortou 60 cargos. 

Apesar de um cenário de “vacas magras”, a Amazon concluiu apontando para um 2023 melhor. Embora não tenha feito mais comentários após o anúncio, que pode ser visto na íntegra aqui, a representante do grupo disse que a empresa “pretende contratar um número significativo de pessoas em 2023”. 

“Continuamos entusiasmados com nossos investimentos significativos em nossos negócios maiores, bem como com iniciativas mais recentes como Prime Video, Alexa, Grocery, Kuiper, Zoox e Healthcare”, concluiu Galetti, orientando equipes a procurarem por seus gerentes em caso de dúvidas sobre demissões e contratações.