A Tesla ganhou espaço no mercado por uma série de inovações no meio automotivo. Um dos seus recursos mais atraentes, por exemplo, é o Autopilot, o polêmico sistema de piloto automático da montadora. Um relatório recente divulgado pela NHTSA, no entanto, aponta alguns dados preocupante: desde junho de 2021, os carros da montadora estiveram envolvidos em 70% dos acidentes de trânsito nos EUA.

No mesmo período, a entidade solicitou aos fabricantes de automóveis o envio de informações referentes aos seus sistemas de assistência ao motorista. O resultado também não foi dos melhores para a Tesla, que esteve envolvida em 273 das 392 ocorrências (ainda que tenha uma explicação lógica para isso).

Veja também:

Vale ressaltar que a pesquisa tratou apenas de sistemas de direção nível 2 (ou L2). Apesar de avançados, eles ainda não têm capacidade plena de substituir totalmente um motorista no volante. O Super Cruise é outro exemplo de recurso parecido, só que desenvolvido pela GM — o Olhar Digital inclusive já testou a ferramenta.

Neste nível, é possível controlar algumas funções de direção do carro, como centralização de faixa, frenagem e aceleração. Algumas montadoras permitem que essa ferramenta funcione apenas nas rodovias, porém, a Tesla também permite o uso nas ruas.

Justificativa para o resultado ruim da Tesla

Vale ressaltar que a Tesla ocupa a primeira posição nesta lista porque possui mais carros equipados com piloto automático rodando nos EUA do que a maioria das outras montadoras. Segundo a Associated Press, são mais de 830 mil Teslas nas ruas americanas, alguns lançados em 2014.

Imagem: Flystock/Shutterstock

Quem chega mais perto da montadora de carros elétricos é a GM, que vendeu cerca de 34 mil carros desde a estreia do Super Cruise em 2017.

Por ora, as autoridades precisam considerar outros fatores para uma análise mais precisa, já que só o número de carros de uma marca ou outra envolvida em acidentes não diz tanto assim. Não há registro do número de veículos na estrada no momento dos acidentes ou da distância percorrida antes de uma batida, por exemplo.

As autoridades da Administração Nacional de Segurança no Trânsito Rodoviário inclusive confirmam que os dados ainda carecem de mais detalhes técnicos: “Aconselho cautela antes de tentar tirar conclusões com base apenas nos dados que estamos divulgando”, informou o administrador da NHTSA, Steven Cliff, em declaração à imprensa.

“Este é um esforço sem precedentes para coletar dados de segurança”, acrescentou Cliff. “Entender o que os dados contam ainda levará tempo”.

Melhorias para o piloto automático

Elon Musk, o CEO da Tesla, vem apresentado melhorias para o Autopilot nos últimos meses. As versões mais recentes, porém, ainda estão no estágio Beta de desenvolvimento e não rodam em todos os carros da empresa.

No início de 2022, o software também causou o recall de 53.822 veículos da marca. Segundo a NHTSA, foi preciso retirar manualmente um recurso que permitia que os carros passassem automaticamente por sinais de parada. O culpado na época foi justamente uma versão de testes do FSD (“Full Self-Driving“, outro nome para o piloto automático da Tesla).

Esse programa de testes já foi alvo de críticas, já que permite que alguns motoristas ponham as mãos em recursos muito novos, como “direção automática nas ruas”, por exemplo. Sem contar com as acusações de propaganda enganosa, já que, apesar do nome, o recurso não transforma os carros da montadora em autônomos. 

Por fim, o relatório da NHTSA também mostra os números de acidentes registrados por sistemas de nível superior, ou seja, aqueles que de fato permitem que os carros dirijam sozinhos. Entre as empresas que já exploram esse nicho, uma das principais é a Waymo da Alphabet, a dona do Google.

Foram 130 ocorrências registradas referentes aos sistema de direção automatizada mais avançados. A maioria envolvendo os veículos da Waymo, com 62 acidentes.

Como informou a entidade, os dados serão atualizados todos os meses, o que permitirá ver de perto como os números vão melhorar ou piorar no futuro.

Imagem principal: canadianPhotographer56/Shutterstock

Via: CNBC

Já assistiu aos nossos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!