Promover uma cultura de inovação é fundamental para que as empresas cresçam e evoluam no mercado. Esse é o caminho essencial para a sobrevivência; trilhá-lo desde hoje é o que vai diferenciar as empresas que se destacarão no futuro. Diante disso, compartilho algumas reflexões sobre o assunto. Pegando como gancho a Copa do Mundo, um dos assuntos mais quentes do momento, traço uma analogia entre seleções vencedoras e empresas de sucesso. E, acredite, existem mais semelhanças do que você pode imaginar.

Primeiramente, vale destacar que uma seleção não ganha a Copa do Mundo do dia para a noite. É necessário muito treino, foco e disciplina. São os mesmos fatores que colaboram para que uma empresa seja líder em inovação. Parece óbvio, mas estamos vivendo em uma sociedade pautada pelo imediatismo e percebo que estamos muito focados no presente, sem conseguir olhar cenários mais abrangentes. Por isso, é necessário desenvolver a capacidade de olhar para o passado e ter o presente como uma ferramenta de construção para o futuro, chegando, assim, genuinamente, em um diferencial transformador.

Um grande aprendizado que podemos observar no esporte é que ninguém acerta de primeira. Ninguém consegue o melhor desempenho quando está iniciando e o erro faz parte do processo. Tem uma frase de Albert Einstein que diz: “Quem nunca cometeu um erro, jamais tentou algo novo”. Acredito que esse pensamento seja super pertinente quando falamos de sucesso tanto no âmbito corporativo quanto no esportivo. Os erros acontecem e servem para nos dar lições do que pode ou não dar certo. É a partir deles que avançamos, fazemos descobertas e identificamos oportunidades que vão trazer ganho para o negócio. Acredito que o erro deveria ser visto como um elemento chave de aprendizado e oportunidade de fazer uma nova tentativa.

Outro fator comum tanto no esporte quanto nos negócios é a disciplina. Para isso, é preciso entender o verdadeiro propósito do esforço e ter em mente os objetivos que devem ser alcançados, como: por que estamos buscando isso? Por que queremos transformar? Que legado queremos deixar no mundo?

Tendo as respostas para esses questionamentos, fica mais fácil encontrar motivação para seguir o caminho do sucesso sem nos desviarmos do foco principal. Ainda assim, existirão diversas dificuldades. No ambiente corporativo, vamos receber vários “nãos”, encontraremos desafios de restrições de recursos ou até limites financeiros e, mesmo assim, é preciso seguir acreditando no poder transformador da inovação para que os resultados sejam atingidos. No esporte acontece a mesma coisa. Muitas vezes, os atletas não têm motivação para treinar e podem até sentir vontade de desistir, mas resgatar esse propósito com uma certa frequência é uma forma de encontrar estímulo para seguir em frente.

Vale ressaltar que, no esporte, às vezes aparecem alguns “azarões”, que são desconhecidos pelo público e têm pouca expressão. Geralmente são times sem muita técnica e que não sabem usar os melhores recursos, mas acabam vencendo alguns jogos e se destacam. É impossível que eles se mantenham no topo por muito tempo. Isso pode acontecer no mundo dos negócios também; no entanto, para ser uma empresa inovadora por décadas e até mesmo por séculos, é preciso ter consistência, foco, disciplina, investir e se dedicar no propósito definido. Algumas vezes a dificuldade não é chegar lá, e sim se manter lá.

Por fim, algo que é tão característico de esportes em equipe e também da cultura de inovação é o poder do trabalho coletivo. A inovação não acontece com talentos individuais, estrelas jogando sozinhas; é preciso organizar, orquestrar, articular, comunicar, ter capacidade de trabalhar em time. É importante jogar juntos, cada um contribuindo com sua competência e experiência para contribuir com o todo.

Então, se você quer criar uma cultura genuína de inovação, lembre-se de que você precisa treinar como se fosse jogar a Copa do Mundo. Tenha em mente que os erros são partes fundamentais desse processo. Seja resiliente e dedicado. Trace um plano e mantenha o foco em seus objetivos. Mantenha o olhar curioso, desbrave tendências e mudanças de comportamentos. Garanta que seu time esteja engajado e informado. Olhe a restrição sob a ótica de torná-la uma oportunidade. Faça com que a inovação seja uma busca diária e constante.

Por Caroline Capitani, VP de Digital Design and Innovation na ilegra