Prorrogação começa a valer no dia 19 de novembro; presidente da Turquia destacou a importância dessa conquista para a segurança alimentar mundial
Em meio a tensão causada pela queda de um míssil na Polônia, Rússia e Ucrânia renovaram por mais 120 dias o acordo que permite a exportação de cereais ucranianos pelo Mar Negro. O anúncio foi feito nesta quinta-feira, 17. “A iniciativa dos cereais do Mar Negro será prolongada por 120 dias”, afirmou o ministro Oleksandre Kubrakov. “É um passo importante na luta contra a crise alimentar mundial”, acrescentou. O acordo chegaria ao fim próximo sábado. A informação foi confirmada pela Turquia, país responsável por fazer a mediação. “Após as conversas a quatro partes organizadas pela Turquia, o acordo sobre o corredor de grãos do Mar Negro foi prorrogado por 120 dias a partir de 19 de novembro”, declarou o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, em uma mensagem no Twitter. Um dos artífices desse acordo, Erdogan destacou ainda “a importância e o benefício” do pacto “para o abastecimento e segurança alimentar no mundo, com cerca de 500 navios e mais de 11 milhões de toneladas de cereais e produtos alimentares” entregues desde o verão (inverno no Brasil).
O acordo, conhecido como Iniciativa de Grãos do Mar Negro, permitiu a exportação de mais de 11 milhões de toneladas de cereais dos portos ucranianos em quatro meses. O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, expressou “satisfação” com o acordo, que permitirá “a navegação segura da exportação de grãos, alimentos e fertilizantes da Ucrânia”, afirma um comunicado do Centro de Coordenação Conjunta (JCC, na sigla em inglês), que supervisiona o transporte de cereais, com sede em Istambul. A Rússia confirmou sua renovação, “sem qualquer mudança”, depois que Turquia, ONU e Ucrânia anunciaram anteriormente sua extensão. “A parte russa autoriza a extensão técnica da ‘Iniciativa do Mar Negro’, sem qualquer mudança, em seus termos e alcance”, declarou a diplomacia russa, em um comunicado. No final de outubro, Moscou se retirou temporariamente do referido acordo, após denunciar o uso “para fins militares”, por parte da Ucrânia, do corredor humanitário.
Nas últimas semanas, negociações intensas sob mediação da ONU foram realizadas para garantir sua extensão, enquanto mais de 10 milhões de toneladas de grãos continuam bloqueadas em silos na Ucrânia. Estes cereais são indispensáveis para estabilizar os preços nos mercados internacionais e para abastecer as populações mais vulneráveis ao risco de fome, em particular na África. Das 11 milhões de toneladas exportadas até hoje, aproximadamente 40% foram entregues a países em desenvolvimento.
*Com informações da AFP
Fonte: Jovem Pan News
Comentários