Os dispositivos da Apple chamam atenção não apenas pelo alto preço, mas pelo designer, tecnologia e recursos inovadores, um combo que geralmente resulta em produtos de qualidade e que agrada o consumidor. Agora, mais um dispositivo da big tech está sob holofotes, mas dessa vez com base científica que comprova uma funcionalidade útil à saúde: AirPods Pro podem, sim, te fazer ouvir melhor.
A afirmação é feita com base em uma pesquisa publicada no iScience, que afirma que o par de fones podem funcionar tão bem quanto os aparelhos auditivos prescritos por médicos, e que geralmente custam bem mais (dependendo, claro, da prescrição, do fabricante e da marca vendida). Contudo, há ressalvas!
Conforme divulgado pelo The Verge, o estudo recrutou 21 participantes para testar o desempenho dos AirPods Pro e AirPods Pro de 2ª geração com um aparelho auditivo premium (de US$ 10.000) e outro mais básico (de US$ 1.500). No Brasil, um AirPods Pro de 2ª geração pode custar de R$ 2.000 a R$ 2.500. Já os aparelhos auditivos podem variar de R$ 3.000 a R$ 30.000.
Os participantes foram convidados a repetir frases ditas a eles enquanto usavam o aparelho. Os resultados apontaram que o AirPods Pro teve um desempenho comparável aos aparelhos auditivos básicos em ambientes silenciosos, se mostrando apenas um pouco pior do que os aparelhos auditivos premium. Já os AirPods de 2ª geração tiveram o pior desempenho dos quatro dispositivos — embora, na prática, ele possua o dobro de cancelamento de ruído.
A boa notícia é que os AirPods Pro são mais baratos que a versão da segunda geração e vem com recursos de Live Listen e Conversation Boost, opções adicionadas justamente para incluir pessoas com problema de audição, parte do pacote de acessibilidade. Conforme o estudo, esses tipos de recursos são bastante eficazes, mas não os torna substitutos adequados para aparelhos auditivos — especialmente para pessoas com perda auditiva mais avançada.
O outro lado da moeda (ou do AirPods Pro)
Para os pesquisadores, a descoberta é interessante, principalmente porque há um estigma sobre o uso de aparelhos auditivos tradicionais. Recentemente, a Food and Drug Administration (FDA), órgão de saúde dos EUA equivalente à Anvisa no Brasil, autorizou a venda de aparelhos auditivos sem receita médica, o que viabiliza ainda mais o uso para pessoas que possuem uma condição de leve a moderada.
Porém, apesar do bom desempenho do AirPods Pro, o estudo o classificou mais como um tipo de amplificador pessoal de som (PSAPs, na sigla em inglês), que não são personalizados para atender à perda auditiva específica de uma pessoa, sendo destinados a usuários com audição normal que desejam impulsionar o som, e o principal: o tipo de produto (PSAPs) não é regulamentado pela FDA, já que ele não atende aos requisitos exigidos para pacientes com problemas de audição.
Além disso, os fones podem não ser tão confortáveis para o uso diário que aparelhos auditivos exigem. Fora que, para ocasiões como jantares ou reuniões, o uso pode ser considerado inapropriado por não ter a aparência já conhecida (e respeitada) de um dispositivo de auxílio à audição.
A conclusão do estudo é: o AirPods Pro pode ser uma ferramenta auditiva útil, mas os consumidores não devem confundi-los com aparelhos auditivos. Com a liberação da venda e compra de aparelhos auditivos sem prescrição nos EUA, diversas empresas estão investindo em novos produtos e designers; a Sony é um exemplo, a companhia já lançou dois produtos do tipo. Já a Apple e a Samsung ainda então preferindo inovar a partir do avanço de softwares e a inclusão na opção de acessibilidade dos aparelhos.
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Fonte: Olhar Digital
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