Sexta-feira, Novembro 22, 2024
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EUA concedem imunidade para príncipe saudita envolvido na morte do jornalista Jamal Khashoggi

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Profissional foi morto em 2018 em Istambul; Departamento de Justiça norte-americano tomou essa decisão com base na condição de Mohammad bin Salman

O governo de Joe Biden concedeu nesta sexta-feira, 18, imunidade ao príncipe saudita, Mohammad bin Salman, herdeiro do reino, no processo aberto contra ele nos Estados Unidos pelo assassinato do jornalista Jamal Khashoggi. O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, disse em uma coletiva de imprensa telefônica que se trata de uma determinação legal, não tem absolutamente nada a ver com os méritos do caso em si. “É uma determinação legal exigida pelo Departamento de Estado e proporcionada pelo Departamento de Justiça a pedido do tribunal”, considerou. Kirby enfatizou que “o presidente foi muito, muito claro sobre o assassinato brutal e bárbaro do senhor Khashoggi”. Em sua petição judicial, o governo dos EUA “informa ao tribunal que o réu Mohammad bin Salman, primeiro-ministro do Reino da Arábia Saudita, é o líder do governo e, consequentemente, está imune a este processo”. Segundo a CIA, está provado que Bin Salman “aprovou uma operação em Istambul para capturar ou matar” o jornalista saudita porque ele era visto como um dissidente cujas atividades minavam a monarquia. Khashoggi escreveu colunas para o jornal “The Washington Post” e outros meios de comunicação criticando o príncipe herdeiro, que, como governante de fato antes mesmo de seu pai o nomear primeiro-ministro, reprimiu rivais e dissidentes.

A decisão não foi bem recebida pela noiva do jornalista. “Jamal morreu novamente hoje”, disse Hatice Cengiz, no Twitter. “Pensamos que talvez houvesse uma luz para a justiça dos EUA. Mas, novamente, o dinheiro veio primeiro”. O Departamento de Justiça dos EUA apresentou um documento legal ao tribunal federal do Distrito de Columbia, no qual o governo de Washington recomenda que Bin Salman seja declarado imune, dada sua condição de primeiro-ministro saudita, no caso pela morte de Khashoggi, assassinado em 2018 no consulado saudita em Istambul. Em setembro, o rei saudita Salman bin Abdulaziz nomeou seu filho e príncipe herdeiro como primeiro-ministro, em um movimento que o blindou de qualquer processo nos EUA, onde a namorada de Khashoggi, Hatice Cengiz, entrou com uma ação contra ele. Em julho, Biden havia visitado o país árabe para convencê-lo a aumentar a produção de petróleo para reduzir os preços em um contexto de escassez causado pela guerra na Ucrânia, mas em outubro Riad decidiu se alinhar à Rússia na OPEP+ e optou por diminuí-la. Diante dessa decisão, o governo Biden disse que iria reavaliar seus laços com a Arábia Saudita. Nesse contexto, Kirby admitiu que as relações com o reino saudita continuam tensas até hoje.

*Com informações da EFE

Fonte: Jovem Pan News

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