As polêmicas no Twitter não dão trégua. A usuária Mary McIntyre, uma astrônoma britânica, está com a conta suspensa na plataforma desde agosto deste ano. O motivo? Ela compartilhou um vídeo de meteoros que foi identificado como “conteúdo íntimo”.
A publicação de McIntyre trazia um vídeo animado de seis segundos e por alguma razão, alertou os recursos automatizados de fiscalização do Twitter. Na alegação da plataforma, a astrônoma precisava deletar o tuíte por compartilhar o conteúdo “sem consentimento do participante”.
“É uma loucura. Eu realmente não quero que fique registrado que estou compartilhando material pornográfico quando não fiz isso”, afirmou McIntyre, em entrevista ao BBC, ao recusar a ordem do Twitter.
Com isso, a astrônoma decidiu deixar a postagem no ar, já que não concordava que havia violado as regras da plataforma. Nesse contexto, o perfil sofreu um “bloqueio inicial” – mas o banimento já dura três meses.
A conta de McIntyre ainda está visível na plataforma, mas ela não consegue obter o acesso do perfil. Segundo ela, as tentativas de apelação online foram múltiplas e mesmo antes da aquisição de Elon Musk, os diálogos com a equipe do Twitter não foram satisfatórios.
“Se eu não estava recebendo uma resposta humana antes (de Elon Musk assumir), acho que a probabilidade de obter uma agora é zero”, alegou a astrônoma, que sente falta do Twitter. “Sinto falta da interação. Sinto como se estivesse com o contato cortado com o mundo da astronomia”, disse McIntyre.
Em um caso semelhante, o meteorologista norte-americano Ryan Vaughan compartilhou um vídeo de máquinas agrícolas em uma colheita à noite no campo. A publicação também foi identificada como “conteúdo íntimo” pelo Twitter e o perfil enfrentou um bloqueio da plataforma.
Por outro lado, ao contrário da astrônoma, Vaughan optou por deletar o tuíte e aceitou a imposição controversa do Twitter por desejar ter a conta de volta. “Não é justo e é errado. Isso precisa ser corrigido”, disse ele.
De acordo com Kate Bevan, comentarista de tecnologia, essas questões mostram que o Twitter e outras mídias sociais possuem ferramentas de inteligência artificial que são limitadas em relação às tarefas de fiscalização e moderação das redes.
“As ferramentas de inteligência artificial são OK para decisões rápidas e rasteiras, mas mostram que a moderação de conteúdo em larga escala é realmente difícil, tanto para os humanos quanto para as ferramentas de inteligência artificial que os apoiam”, explicou.
Informações via BBC
Fonte: Olhar Digital
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