O movimento voluntário é iniciado no cérebro, no neurônio do córtex motor primário, a informação passa pelo axônio até chegar na medula espinhal, que transmitirá ela aos músculos e membros responsáveis pela movimentação. Em pessoas tetraplégicas a comunicação entre a medula e os membros é prejudicada, impossibilitando o movimento. Entretanto, um estudo publicado na IScience na última sexta-feira pretende mudar isso. Os pesquisadores anunciaram que fizeram com que três pacientes tetraplégicos operassem uma cadeira de rodas usando apenas o pensamento.
Apesar de revolucionária, a pesquisa não é nova. O desenvolvimento de uma cadeira de rodas movida pelo pensamento já existe a anos, mas ela sempre foi testada com pessoas que possuíam o movimento dos membros. A nova pesquisa, contudo, desenvolveu o estudo com as mesmas pessoas que futuramente vão utilizar o equipamento. “Demonstramos que as pessoas que realmente serão os usuários finais desses tipos de dispositivos são capazes de navegar em um ambiente natural com a ajuda de uma interface cérebro-máquina ” disse José del R. Millán, principal autor do estudo, em resposta a Futurity.
Como os pacientes participaram do estudo
Os pacientes que contribuíram para a pesquisa foram equipados com toucas cheias de eletrodos que captam a atividade elétrica cerebral. O equipamento não invasivo conectado a um equipamento amplificador enviava os sinais elétricos para um computador que os convertia em movimento da cadeira de rodas. Entretanto, para controlarem o equipamento eles passaram por um treinamento que aprendessem a projetar o movimento da cadeira como se estivesse fazendo isso com seus membros.
A cadeira de rodas também foi equipada com sensores para entender o local e preencher comandos incompletos dos pacientes para garantir maior segurança e precisão. Segundo Millán, o software funciona como andar a cavalo. “O cavaleiro pode dizer ao cavalo para virar à esquerda ou entrar em um portão. Mas o cavalo terá que descobrir a maneira ideal de executar esses comandos”, aponta ele.
Após os resultados positivos, existe um forte indício da viabilidade comercial da pesquisa que vai conseguir ajudar outras pessoas com mobilidade reduzida.
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Fonte: Olhar Digital
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