Discussões sobre a pauta de ESG tem se intensificado cada vez mais, não apenas no Brasil, mas no mundo todo. A emergência climática, as crises sanitárias e as mudanças em relação ao universo do trabalho aceleram preocupações com esses critérios, que têm passado a moldar as tomadas de decisões das empresas e também da sociedade. Afinal, organizações de todos os portes e setores estão na corrida para anunciar suas novas políticas, ao mesmo passo que investidores buscam por títulos de boas práticas. Mas e quanto ao poder público?

Na tradução, o termo ESG significa que, além de bons índices financeiros, um negócio promissor precisa ser também sustentável, socialmente responsável e ter uma conduta corporativa íntegra, alinhada a seus propósitos e ao ambiente no qual está inserido. Porém, sabemos que no setor público esse é um movimento raro e difícil de se construir, sobretudo a nível municipal, onde existem menos recursos e grandes inconsistências, como a morosidade das tratativas, a dificuldade na coleta e organização de dados, falta de acesso a serviços e a garantia de direitos civis, entre outros.

Quando falamos em Governança dentro do ESG, falamos em colocar as organizações e empresas em uma mesma direção, independente do segmento, mas que comunguem do mesmo interesse de futuro. Aí encontramos outros desafios de aplicar essa dinâmica dentro da iniciativa pública, pois são diferentes gestões, com visões políticas divergentes, localizadas em regiões distintas e com problemas particulares.

A Governança também está relacionada à transparência, a um processo de gestão de riscos e ao zelo pela independência, equidade e diversidade. Ao observarmos esses princípios que são exigidos nos ambientes corporativos, vemos que, inevitavelmente, eles se transportam para a gestão pública. Nesse caso, o “cliente” como se torna o cidadão, que agora se posiciona e cobra lideranças comprometidas e práticas sustentáveis na oferta dos serviços estatais. Ações que procuram ver na infraestrutura das cidades, nas condições de acessibilidade, na igualdade de acesso às políticas públicas, na transparência dos dados e no comprometimento com a conservação ambiental.

Pensar e discutir novas propostas e articulações para as diferentes entidades governamentais é mais do que fundamental, é uma necessidade. Para isso, é preciso que todos estejam empenhados e engajados em participar desse movimento em conjunto. Existem caminhos para tornar essa integração cada vez mais possível e palpável, como por exemplo, investir na inovação das gestões públicas, a partir do uso de tecnologias e soluções digitais capazes de aproximar as instituições de seus usuários e suas respectivas realidades, de forma mais transparente, eficiente e democrática.

É indiscutível a nova consciência da sociedade – os consumidores, investidores e eleitores – todos estão mais atentos às questões enfrentadas pelas práticas ESG. Isso cria não apenas uma agenda consistente, mas motiva a elaboração de ações e o aperfeiçoamento daquilo que já é feito por meio das políticas públicas. Uma ótima oportunidade para repensarmos a importância de promover gestões públicas de excelência, com grande capital político, unida a princípios importantes, como a preservação e ampliação da cidadania, tecnologia e inovação e responsabilidade socioambiental.

Jeferson de Castilhos e Jaison Niehues são fundadores da 1Doc, empresa da Softplan de processos, atendimento, comunicação e gestão documental, que está presente em todos os estados do Brasil e beneficia 1 a cada 4 brasileiros com sua solução. Por meio de um sistema inteligente que simplifica o dia a dia de trabalho, cria estratégias e oferece mecanismos para ajudar as pessoas a organizarem o seu trabalho, se comunicarem melhor e atender demandas com eficiência, transparência e engajamento.

Por Jeferson de Castilhos e Jaison Niehues