Desde o fim das eleições 2022, o presidente Jair Bolsonaro tem se mantido afastado das aparições públicas e compromissos oficiais, o que já levantou diversas especulações. Em entrevista ao GLOBO, o vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos) explicou que o chefe de Estado está enfrentando uma doença chamada Erisipela, e por isso está evitando sair do Palácio da Alvorada. 

“É questão de saúde. Está com uma ferida na perna, uma erisipela. Não pode vestir calça, como é que ele vai vir para cá de bermuda?”, disse o Mourão no final da cerimônia de recebimento das cartas credenciais de embaixadores estrangeiros, onde representou o Executivo. 

O que é Erisipela? 

Erisipela é uma infecção de pele causada pela bactéria conhecida como Streptococcus pyogenes — mas também pode ser agente do processo infeccioso a Staphylococcus aureus e outros. Ela entra no organismo através de pequenas feridas (como picadas de insetos e micoses) e se propaga pelos vasos linfáticos, atingindo o tecido subcutâneo e o gorduroso, causando e aumentando lesões — as pernas são as mais atingidas. 

Presidente Jair Bolsonaro em evento
Presidente Jair Bolsonaro em evento. (Imagem: BW Press/Shutterstock)

De acordo com informações do site oficial do Dr. Drauzio Varella, pessoas com diabetes, obesidade, insuficiência venosa de membros inferiores (IVC) — problemas de circulação —, doenças crônicas ou com declínio imunológico, cardiopatas e nefropatas (diabetes descontrolada com danos nos rins) são as mais vulneráveis a infecção. Mulheres grávidas e indivíduos que usam drogas injetáveis também estão sujeitos. 

Entre os sintomas da doença estão: mal-estar, vômitos, náuseas, tremores e febre alta. As feridas, resultado da infecção, são acompanhadas de dor, vermelhidão e inchaço. Em alguns casos pode haver necrose dos tecidos. 

O diagnóstico da erisipela é feito a partir de avaliação médica e biópsia. Geralmente, exames de sangue também são realizados para descartar outras possibilidades, além do exame de urina para identificar as bactérias presentes. Vale destacar que a maioria das bactérias que causam a condição são comuns e existem até na nossa pele, mas geralmente elas precisam dessas “portas de entrada” para penetrar o organismo.  

A doença não é considerada contagiosa, já que ocorre a partir de infecção secundária originária de outras feridas. O tratamento é realizado com administração de antibióticos e o paciente deve manter repouso devido ao inchaço das pernas — o ideal é mantê-las para o alto, facilitando a circulação e a drenagem de fluidos corporais. Outras lesões de pele existentes também precisam ser tratadas. A doença, geralmente, se resolve em poucas semanas, mas, sem o tratamento adequado, pode ser fatal para pessoas imunossuprimidas ou com as condições já mencionadas. 

Recentemente, o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), realizou uma cirurgia para tratar uma leucoplasia na laringe. Entenda aqui detalhes da condição.

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