Espanha ‘esconde’ a bola, revive o tiki-taka e aplica goleda impiedosa na Costa Rica

O barulho do relógio voltou a tocar em uma Copa do Mundo. Tiki-taka. Ao melhor estilo da seleção campeã mundial em 2010, a Espanha foi a campo contra a Costa Rica determinada a envolver o adversário, com maturidade de um favorita que nem parecia ter o meio de campo dominado por adolescentes de 18 e 19 anos. O resultado? Um incontestável 7 a 0.

Gavi, de 18, se tornou o jogador mais jovem a disputar uma Copa do Mundo pela Espanha. Pedri, de 19, era o terceiro, mas acabou virando o quarto, porque durante o jogo saiu do banco de reservas o lateral Baldé, 11 meses mais jovem. Todos, coincidência ou não, crias do Barcelona, precursor do estilo de jogo com Pep Guardiola, que funcionou com Vicente del Bosque, e agora segue com Luis Enrique.

Com a vitória, a Espanha lidera agora o Grupo E da Copa do Mundo e leva um problemão para a Alemanha. Ditos favoritos, os alemães perderam na estreia para o Japão, por 2 a 1, e agora têm jogo de vida ou morte contra a Fúria no domingo: uma derrota pode custar a eliminação.

Egoísmo por la pelota

Só um time viu a cor da bola no primeiro tempo de Espanha x Costa Rica. A Fúria, como aquela criança mimada pelos pais, não emprestou o brinquedo para os costarriquenhos, mas pelo menos o tratou com muito carinho.

O domínio espanhol foi completo, desde a saída de bola, em 45 minutos que a Espanha chegou a ter quase 90% da posse de bola. Aos 4 minutos, a primeira chegada da Fúria foi com Dani Olmo, que infiltrou a área pela direita e chutou cruzado, mas ninguém apareceu para completar. A falta de uma referência no ataque era uma questão antes do jogo, mas logo foi solucionada.

O primeiro gol espanhol saiu aos 11 minutos em um lance que lembrou os velhos tempos do tiki-taka. Troca de passes envolvente até a bola chegar em Gavi na meia-lua. O mais jovem espanhol a pisar no gramado de uma Copa do Mundo passou, a bola desviou em um defensor da Costa Rica pelo caminho e chegou na medida para Dani Olmo, com frieza, deslocar Keylor Navas e marcar, 1 a 0.

O apetite espanhol só cresceu. Aos 20, Jordi Alba recebeu pela esquerda, avançou com liberdade até a linha de fundo e cruzou para trás. Não tinha referência no centro da área, mas Marco Asensio que apareceu nas costas da marcação e completou para o gol, 2 a 0. Menos de 10 minutos depois, Alba foi derrubado na área, o árbitro marcou pênalti e Ferrán Torres converteu, 3 a 0. A primeira etapa foi um verdadeiro baile da Espanha.

Barcelonismo e juventude

A verdade é que pouco mudou do primeiro para o segundo tempo. A Espanha continuou em exibição de gala, e a Costa Rica assistiu do melhor lugar do estádio.

Logo aos 9 minutos da etapa final, Ferran Torres chegou ao seu segundo gol na partida. Desta vez, o jogador do Barcelona aproveitou passe de Gavi em profundidade, invadiu a área, e aproveitou uma trapalhada da defesa da Costa Rica para marcar, 4 a 0. Com o gol, o atacante se tornou o principal artilheiro da Era Luis Enrique, com 15 gols.

Como se não bastasse a chuva de gols espanhol e o fato de Gavi já ter entrado na história como mais jovem a jogar pela Fúria em um mundial, o jovem pupilo fez mais. Aos 29, o meia aproveitou cruzamento de Morata e completou de primeira para o gol, 5 a 0. Com o gol, Gavi se tornou o terceiro mais jovem da história a marcar em Copas do Mundo, recorde que é detido por ninguém menos que Pelé.

E ainda tinha espaço para mais…Antes dos acréscimos, Carlos Soler fez o sexto, depois de jogada de Nico Williams que foi interceptada por Navas. O 7 a 0 foi fechado por Álvaro Morata, que aproveitou passe de Dani Olmo e finalizou colocado, rente à trave, sem chances para Navas. Ufa! Quantos recordes, quantos gols…

Fonte: Ogol

Comentários