Depois de um ano de atrasos, adiamentos e cancelamentos, a Missão Artemis 1 finalmente foi lançada na madrugada da última quarta-feira (16), a partir do Kennedy Space Center, na Flórida. E para quem se encantou com as primeiras imagens enviadas pela cápsula Orion, vai se acostumando, porque esse é apenas o começo do show de imagens da Artemis.
Esse espetáculo começou quando ainda estava em solo o foguete que leva o criativo nome de Sistema de Lançamento Espacial ou, simplesmente, SLS. De várias partes da Flórida, câmeras profissionais, amadoras e celulares registraram imagens fantásticas do gigantesco foguete em seus preparativos para o lançamento.
Imagens de dia, de noite, de baixo, do alto, de perto, de longe, em conjunção com a Lua, com a Lua eclipsada e até mesmo com um belo Sol nascente.
Da mesma forma, o lançamento do SLS na madrugada de 16 de novembro, foi um evento memorável, acompanhado de perto e de longe, por inúmeras câmeras, que registraram desde a ignição dos motores até a subida ao céu do foguete levando a cápsula Orion em direção à Lua.
Depois de 11 anos sem lançar um foguete próprio, o SLS foi desenvolvido a partir do projeto dos antigos lançadores dos ônibus espaciais. Há uma série de críticas em relação a isso por parecer que está sendo usada uma tecnologia obsoleta. Mas na verdade, o SLS conta com dispositivos modernos e tecnologia espacial de última geração. E para monitorar e validar o uso desses dispositivos e todos os sistemas do foguete e da cápsula, a Artemis 1 foi lançada levando um total de 24 câmeras de vídeo de alta definição.
Oito dessas câmeras estavam no SLS e 16 no Orion e juntas, elas devem registrar todos os momentos essenciais da missão, incluindo decolagem, ascensão, implantação de painéis solares, inspeções externas de foguetes, pouso e resgate de cápsula. Fora isso, é claro que a NASA não perderia a oportunidade de utilizar alguns desses dispositivos para registrar imagens incríveis da Terra e da Lua.
No foguete, quatro câmeras ao redor da seção do motor apontam para a Orion, duas câmeras no topo do tanque intermediário para registrar a separação do propulsores laterais, e duas câmeras no acoplamento dos estágios do foguete para registrar a separação do estágio principal.
No Orion, uma câmera foi montada na área externa do módulo da tripulação para mostrar a ascensão do foguete. Outra câmera fornecerá uma visão da ejeção do painel do módulo de serviço e da implantação dos painéis solares.
Uma câmera dedicada à navegação foi implantada no topo do módulo da tripulação. Ela será muito útil para ajudar a identificar a localização da Orion no espaço, mas também será usada para captar imagens da Lua durante a sua aproximação máxima. Outra câmera externa está apontada para “baixo”, para registrar imagens do escudo térmico durante a reentrada da cápsula na atmosfera terrestre.
Dentro da Orion, três câmeras sem fio vão registrar as perspectivas que os astronautas terão em futuras missões Artemis. Uma câmera olhando pela janela frontal do piloto, outra olhando por cima do assento do comandante, mostrando o local onde o painel de instrumentos estará localizado nas missões tripuladas, e uma terceira câmera na cabine observará a escotilha superior, para registrar imagens frontais do lançamento, bem como a abertura do pára-quedas durante o pouso e o resgate. Outras duas câmeras externas de alta velocidade estarão dedicadas ao monitoramento das operações de pára-quedas durante o retorno para a Terra.
Agora, com certeza, as quatro câmeras mais espetaculares desta missão são as que estão fixadas nas pontas de cada painel solar do módulo de serviço. Tecnicamente, elas devem ajudar os engenheiros a avaliar a saúde geral do lado de fora de Orion. Mas para nós, são como quatro câmeras de selfie que a Artemis leva para fazer imagens fantásticas da espaçonave com a Terra ou a Lua ao fundo.
Além disso, cada painel solar pode ajustar sua posição em relação ao restante da espaçonave. Tecnicamente, isso serve para otimizar a coleta de energia solar durante a missão. Mas para nós, seres humanos e tecnologicamente conectados, isso possibilita que os controladores em Houston apontem apontem as câmeras em diferentes direções, o que deve render as melhores selfies da Artemis, com belas paisagens lunares de fundo. Isso vai “bombar na rede”!
Sabemos que isso é muito empolgante e ainda mais porque já estamos recebendo algumas dessas belas imagens. Mas acredite, o melhor ainda está por vir. Não só porque ainda estamos no começo da viagem, mas também porque as melhores imagens da missão só vamos ter acesso após o retorno da Órion.
Isso porque a cobertura da internet de alta velocidade ainda não chegou na Lua. Então, a NASA utiliza o restrito canal de comunicação com a espaçonave prioritariamente para transmissão dos dados essenciais para a missão. Todas as câmeras da Orion são capazes de transmitir ao vivo imagens em resolução padrão, de 720 linhas, e de armazenar vídeos em até 4K em uma memória que só será recuperada quando a cápsula retornar para a Terra.
Então, ao que tudo indica, as fantásticas fotos e vídeos que estamos vendo da Orion é apenas um trailer do verdadeiro show de imagens da Artemis, que ainda está por vir.
Fonte: Olhar Digital
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