A saga Elon Musk no Twitter continua gerando diversos acontecimentos e desencadeando novas controversas. Nas últimas semanas, o caos relatado na plataforma casou um receio em vários usuários, entre eles, os cientistas.
Nos últimos dias, com as escolhas e decisões de Musk para a rede social, a comunidade de médicos, infectologistas, epidemologistas e virologistas estão com medo de “perder” o Twitter. A questão fez com que vários cientistas informassem seus seguidores sobre como acompanhá-los em outras plataformas.
Depois da confirmação oficial da compra do Twitter por Musk no final do mês passado, vários funcionários foram demitidos. Com isso, a capacidade de operação da empresa e as atitudes imprevisíveis do bilionário também causam incertezas em relação às ações que podem mudar a essência da rede.
Desde o início da pandemia da covid-19, o Twitter se tornou um recurso essencial dos cientistas e especialistas. Entre as várias ações que eles realizaram, estão as comunicações da saúde pública, compartilhamento de estudos e a circulação dinâmica de informações (e o combate à desinformação). A plataforma também serviu para fortalecer as relações com outros colegas da área.
Nesse contexto, o vírus se espalhou fortemente pelo mundo no início de 2020 e várias pesquisas tentavam definir como poderia ser a proteção contra a doença. Além de outros profissionais, o público em geral do Twitter era respondido em meio aos diversos estudos que eram publicados no Twitter.
“Em meio a uma pandemia, a capacidade de compartilhar informações rapidamente é essencial para a tradução e disseminação do conhecimento, e o Twitter pode fazer isso de uma forma que normalmente não é viável para livros, ou revistas especializadas”, afirmou o Canadian Journal of Emergency Medicine, em abril de 2020.
Foi também por causa do Twitter que muitos cientistas e pesquisadores começaram a unir forças e trabalharam juntos de forma remota. Nesse sentido, a plataforma também possui um papel importante na comunicação com os políticos, algo que auxilia nas direções que algum país caminhará e adotará.
Além disso, o impacto se torna ainda mais relevante devido à presença constante de jornalistas pelo Twitter. Com a presença dos profissionais da comunicação, as mensagens dos especialistas são ampliadas e chegam na mídia tradicional.
Preocupados com o futuro da rede e as ações de Musk, os cientistas estão conversando entre si e tentam definir outras plataformas para compartilharem suas mensagens em caso de queda do Twitter. No entanto, o receio persiste.
“Encontraremos outras plataformas de mídia social para fazer isso, mas levará tempo e, infelizmente, as doenças infecciosas não esperam que encontremos novos mecanismos de comunicação”, disse Jason Kindrachuk, especialista da Universidade de Manitoba, no Canadá, em entrevista à AFP.
Fonte: Olhar Digital
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