Neste domingo (27), Dia Nacional de Luta contra o Câncer de Mama, uma boa notícia para pacientes que lutam contra a doença: novas estratégias de terapia desenvolvidas por pesquisadores do Instituto Butantan mostram resultados promissores.

O objetivo é o reduzir os efeitos colaterais e potencializar os tratamentos convencionais, principalmente contra tumores do subtipo triplo negativo, mais agressivo e frequente em mulheres abaixo dos 40 anos de idade.

Veneno de cobra contra câncer de mama

Um dos estudos investiga o potencial do veneno da jararaca em células infectadas. O grupo envolvido no trabalho descobriu que a peçonha da cobra é capaz de modular proteínas importantes relacionadas ao metabolismo das células tumorais, resposta imune e inflamação.

Outra pesquisa avalia os possíveis benefícios de uma proteína presente no veneno da cascavel. Chamada crotoxina, ela pode ser capaz de inibir a proliferação e a migração das células tumorais de câncer de mama, sem afetar as células normais, freando o mecanismo de transição epitelial-mesenquimal (TEM).

Técnica estimula a atividade no tumor para destruí-lo

Além das pesquisas envolvendo o veneno da jararaca e da cascavel, pesquisadores do Butantan trabalham em um método inovador para estimular o crescimento do tumor para desestabilizá-lo e induzir a morte das células cancerosas.

A proposta é aplicar um quimioterápico em conjunto com uma substância estimulante de proliferação celular, chamada Fator de Crescimento de Fibroblasto tipo 2 (FGF2, na sigla em inglês).

Testes em modelos celulares e animais, ainda não publicados, mostram que o tumor de mama triplo negativo diminuiu em mais de 10 vezes com essa formulação – o que não ocorre com o quimioterápico sozinho.

Atualmente, o tratamento do câncer de mama triplo negativo é o mais complexo e exige tratamento quimioterápico agressivo.

Com as novas pesquisas, os cientistas do Instituto Butantan esperam oferecer uma alternativa para que pacientes tenham mais qualidade de vida, a partir da aplicação de uma dosagem menor de medicamentos. Além da redução de efeitos colaterais, isso também poderia gerar menos custos para os programas de saúde.