A Copa do Mundo do Catar foi palco de um grande duelo entre Sérvia e Camarões, com direito a gol de placa de Aboubakar. O jogador é mais um personagem fora do ‘circuito principal’ a deixar sua marca na disputa e tem uma carreira marcada justamente por mandar a bola para o fundo das redes.
Atualmente com 30 anos de idade, Vincent Aboubakar joga no Al Nassr, da Arábia Saudita, mas já defendeu grandes clubes do futebol europeu como o Porto, de Portugal, e o Besiktas, da Turquia. Foi preciso a terceira Copa na carreira para o atacante finalmente desencantar no principal palco do futebol.
Precocidade
Nascido em 22 de janeiro de 1992, na cidade de Yaoundé, capital dos Camarões, Aboubakar teve início de carreira arrebatador com a camisa do Cotonsport. No ano de 2010, com apenas 18 anos de idade, o jogador marcou sete gols em 15 jogos e chamou a atenção do técnico da seleção, o francês Paul Le Guen.
O jovem jogador impressionou tanto que garantiu um lugar no plantel da Copa do Mundo de 2010 tendo disputado apenas dois amistosos por Camarões até então diante de Eslováquia e Sérvia.
Depois da Copa, Aboubakar se transferiu ao futebol francês para defender o Valenciennes. Em três temporadas, a promessa totalizou 81 jogos e 15 gols marcados. A adaptação ao futebol europeu não foi das melhores e Aboubakar só deslanchou em sua segunda equipe na Europa, o Lorient. Na temporada 2013/14, o atacante marcou 16 gols em 36 jogos e trocou a França por Portugal.
Passagem por Portugal
De malas prontas para defender o Porto, Aboubakar não chegou à equipe portuguesa para ser um das principais peças. Naquela época, os Dragões contavam com a força de Jackson Martínez no comando de ataque e, desta forma, o camaronês era normalmente reserva, mas mostrou bom rendimento. Em duas temporadas, o jogador disputou 62 partidas e marcou 26 gols.
“Aboubakar chegou ao clube como suplente de Jackson, mas sempre mostrou qualidade nas oportunidades que teve. A passagem foi marcada pela irregularidade: fases de grande fulgor, com grandes exibições e gols, mas fases com grandes oportunidades falhadas, que levaram a que fosse emprestado. Regressou, viveu a melhor fase em 2017/18, mas sofreu depois uma grave lesão e, a partir daí, jogou pouco”, relembrou Vasco Souza, do parceiro português Playmaker Stats.
Há cinco temporadas, Aboubakar de fato viveu seu grande momento no futebol europeu. Foram 26 gols em 43 jogos, com destaque para os cinco tentos em seis duelos pela Liga dos Campeões. A dobradinha africana com Moussa Marega foi ainda responsável por 37 dos 82 gols do campeão Porto naquele ano.
Artilharia da CAN
Com uma grave lesão no joelho em 2018, com ruptura total do ligamento cruzado anterior, Aboubakar teve pouco destaque e oportunidades em suas últimas temporadas com a camisa do Porto. O atacante se reencontrou no futebol da Turquia, onde anotou 16 gols e deu cinco assistências em 29 partidas pelo Besiktas.
Aboubakar chegou a ser campeão turco pelo clube e guardou o melhor daquele ano para a disputa da Copa Africana de Nações. Maior goleador da disputa neste século, Aboubakar anotou oito gols na CAN de 2021, mas não evitou que sua seleção caísse nas semifinais contra o Egito.
Com os oito tentos marcados, Aboubakar é o segundo maior goleador em uma edição da Copa Africana. Ele só fica atrás de N’Daye Mulamba, artilheiro com nove gols pelo Zaire, em 1974, e igualou Laurent Pokou, que anotou oito gols pela Costa do Marfim na disputa de 1970.
Perto de ídolos
Com o golaço diante da Sérvia, Vincent Aboubakar chegou aos 34 gols pela seleção de Camarões em 93 partidas disputadas na carreira. A média de 0,37 gol/jogo não é das mais especiais, mas na lista de goleadores do país, o atacante de 30 anos assumiu a terceira colocação no ranking.
Agora, Aboubakar soma 34 gols por Camarões e superou, nesta segunda-feira, o ex-atacante Patrick Mboma, que balançou as redes 33 vezes pela seleção. No top da lista, estão o icônico Roger Milla, que soma 36 tentos por Camarões, e Samuel Eto’o, um dos maiores jogadores africanos em todos os tempos e maior goleador de Camarões com 56 gols marcados.
Sem a mesma grife, Aboubakar vai colocando seu nome entre os maiores jogadores camaroneses da história. Pelo menos o gol de placa diante da Sérvia já promete entrar no panteão dos grandes gols das Copas do Mundo.
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Fonte: Ogol




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