Cientistas encontraram pequenos bolsões de água do mar presos em rochas de pirita de ferro, há 390 milhões de anos, ao norte do estado de Nova York, nos EUA. Embora essas não sejam as amostras de água mais antigas já registradas, os pesquisadores acreditam que pode ser o menor remanescente de mares antigos já estudados.

Essa descoberta, feita por acaso durante as investigações sobre lixiviação tóxica de arsênio das rochas, poderia aprofundar significativamente a compreensão de como os oceanos evoluem e se adaptam às mudanças das condições climáticas.

Através de uma combinação de técnicas foi possível confirmar que a água presa nas rochas era de fato água salgada e correspondia ao perfil químico do antigo mar da área, de meados do período Devoniano Médio, há quase 400 milhões de anos. De acordo com as análises, esse mar teria se estendido do local onde hoje é Michigan até Ontário, no Canadá.

Não é incomum que minerais abriguem líquidos presos, porém, raramente é possível realizar um exame em nanoescala como foi feito nesse caso. Os pesquisadores pretendem continuar estudando os depósitos de minerais, como as piritas, para tentar compreender como o oceano lidou com o aumento das temperaturas.

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Imagem: Rochas no fundo do mar. Créditos: MZeta/Shutterstock

Rochas podem atuar como reservatório de hidrogênio

Além disso, os cientistas planejam usar novos modelos e técnicas para entender melhor como o hidrogênio interage com as rochas. Armazenar e recuperar com segurança grandes quantidades de hidrogênio de reservatórios subterrâneos é uma estratégia que está sendo explorada, pois existe um grande potencial de que esses locais atuem como uma fonte desse forte candidato a uma alternativa de combustível de baixo carbono.

Agora, os pesquisadores precisam aprimorar suas técnicas e buscar por mais vestígios em rochas na região que possam dar mais pistas dos caminhos a serem seguidos, tanto em prol da busca original, quanto com objetivos arqueológicos.