Nesta segunda-feira (28), a NASA TV transmitiu imagens ao vivo captadas por uma das câmeras da cápsula Orion, que desde sexta-feira (25) está na chamada “órbita retrógrada distante” (DRO) da Lua, uma etapa crucial da missão Artemis 1.

Câmera posicionada em painel solar da cápsula Orion registra a espaçonave, a Lua e a Terra em imagem transmitida ao vivo pela NASA. Imagem: NASA

Segundo a agência, no momento da captura, a espaçonave estava a cerca de 435 mil km da Terra, de onde obteve uma visão privilegiada da Lua quase coladinha com o nosso planeta. Orion está a caminho de atingir o ponto mais distante que qualquer nave espacial construída para transportar humanos já esteve de nós.

Esse é mais um dos registros da missão que vão apoiar voos futuros do programa Artemis na exploração do espaço profundo. O primeiro deles, Artemis 2, é esperado para 2024, quando a cápsula deve fazer exatamente o mesmo trajeto da missão atual, porém, com astronautas a bordo. Depois disso, em 2025 ou em 2026, a missão Artemis 3 vai, finalmente, pousar seres humanos em solo lunar mais de meio século depois da última vez que estivemos por lá.

De acordo com o site Space.com, a transmissão das imagens desta segunda-feira em tempo real representou a visão ao vivo de mais alta resolução obtida além da Lua na história.

Diversas espaçonaves já capturaram a Terra a uma distância ainda maior do que a da Orion, mas essas vistas não foram transmitidas ao vivo. Um bom exemplo é a famosa imagem do “pálido ponto azul” (nomeada após uma citação de Carl Sagan), feita pela sonda Voyager 1, da NASA, em 1990. O equipamento estava acima do plano do Sistema Solar e além do planeta Netuno quando tirou a foto.

Daqui a mais dois ou três dias na DRO, a cápsula Orion retornará para o ponto mais próximo da Lua, a 100 km de altitude, e usará a força gravitacional lunar para acelerar de volta à Terra. 

No caminho, ela vai descartar o módulo de serviço, para reentrar na atmosfera a 40.200 km/h. Nesse momento, a cápsula vai experimentar temperaturas de quase 2.800 graus Celsius, estando protegida pelo maior escudo térmico do mundo (com cinco metros de diâmetro).

Após a reentrada segura, prevista para o dia 11 de dezembro, serão acionados os paraquedas, para garantir um mergulho preciso no Oceano Pacífico, na costa da Califórnia, representando o teste final da espaçonave.

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