Com atuação tímida de Fred, Rodrygo é decisivo no segundo tempo: as atuações dos escolhidos de Tite

As escolhas de Tite para substituir Neymar e Danilo, lesionados, eram ingredientes especiais para a segunda partida do Brasil na Copa do Mundo. Na vitória por 1 a 0 sobre a Suíça, o técnico da seleção optou por Fred, no lugar do camisa 10 brasileiro e Éder Militão na lateral direita. Os substitutos deram equilíbrio ao sistema de jogo, mas não supriram a carência no setor ofensivo.

A decisão por Fred no lugar de Neymar alterou a posição também de Lucas Paquetá, que passou a atuar mais ofensivamente. Sem as características naturais de um meia de armação, Paquetá teve pouca participação na criação das jogadas e acabou sendo encaixotado pela marcação suíça. Com a postura defensiva dos adversários, Fred também tentou se apresentar no último terço do campo, mas pouco agregou ao setor ofensivo.

Com as atuações apagadas da dupla de meias, a defesa da Suíça concentrou sua atenção nas jogadas pelas pontas. Vinícius Júnior e Raphinha tinham sempre marcação duplicadas quando recebiam a bola. O ponta do Real Madrid sofreu ainda com constantes faltas cometidas pelos seus marcadores. Ainda no primeiro tempo, Tite tentou abrir a defesa adversária, deslocando os extremas para mais próximo da linha lateral. A instrução teve reflexo na composição defensiva da Suíça, mas não foi aproveitada pelos jogadores de meio.

Na defesa, a escolha de Militão para a vaga de Danilo aumentou a força defensiva da seleção. O zagueiro de origem venceu todos os duelos físicos contra os suíços, mas foi pouco participativo nas ações ofensivas. Sem característica de construção pelo meio e com Raphinha aberto pela lateral, Militão se reservou apenas ao papel de pilar defensivo.

Para o segundo tempo, Tite já voltou com a primeira substituição. Rodrygo, cotado para ser titular, entrou na vaga de Lucas Paquetá e assumiu a posição de armador. A mudança trouxe além de criatividade para o setor, uma preocupação a mais para a defesa adversária, que diminuiu a intensidade da marcação dos pontas. A nova composição aumentou a presença da Suíça no campo de ataque nos primeiros minutos, mas dava mais espaços para a seleção brasileira criar.

Além de Rodrygo, aos 15 minutos, Tite mandou a campo Bruno Guimarães no lugar de Fred. A substituição deixou a seleção ainda mais construtiva e criativa na partida. Com mais volume e mais opções, o primeiro gol surgiu com uma jogada de origem pelo meio, que cedeu a Vini Júnior liberdade para correr sozinho pela ponta e apenas deslocar o goleiro Sommer. O gol, no entanto, foi invalidado por impedimento de Richarlison no começo da jogada.

Quando parecia que mesmo com a melhora no setor ofensivo a seleção ficaria no 0 a 0, mais uma vez as alterações de Tite fizeram a diferença. Rodrygo recebeu pelo meio, com pouco espaço, do seu companheiro de Real Madrid, Vini Júnior, e, com apenas um toque, serviu Casemiro, que acertou um lindo chute de primeira. 

Com a Suíça precisando sair de trás para buscar o resultado, o Brasil teve ainda mais espaço para explorar a velocidade no ataque. Vini Júnior, Rodrygo e Antony, que entrou na vaga de Raphinha, tiveram chances claras para ampliar o placar, mas não capricharam no arremate final.

O placar mínimo com uma grande mudança no segundo tempo, após a entrada de Rodrygo, deu além da vitória, a classificação antecipada para as oitavas de final. Agora, para a última partida da fase de grupos, Tite terá mais uma oportunidade para usar o substituto natural de Neymar, que ainda provoca dúvidas de em qual fase voltará ficar à disposição. De concreto, o treinador da seleção tem apenas a credencial de que Rodrygo deu a melhor resposta para assumir a posição.

Fonte: Ogol

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