Um conjunto de moedas romanas antigas, encontrado na Transilvânia há mais de três séculos, que já havia sido descartado como falso, passou por um novo exame e foi considerado autêntico. No século XIX, quando os artefatos foram examinados, os responsáveis pela análise entenderam que o misterioso imperador estampado nas moedas não havia sido retratado em nenhum outro registro conhecido. De acordo com o cientista da Terra e líder do estudo, Paul Pearson, da University College London, “a análise científica dessas moedas ultrarraras resgata o imperador Sponsian da obscuridade”.
Descobertas pela primeira vez em 1713, o principal especialista da época, declarou que as moedas apresentavam muitas “irregularidades”, pois teoricamente diferia da fabricação e estilo para moedas autênticas do período. Além disso, sabe-se que imitações de moedas romanas foram feitas fora do império na época e durante o período da Renascença. Até mesmo, tempos depois, falsificações mais realistas foram produzidas com desgaste simulado destinado a enganar colecionadores de moedas.
O nome Sponsian, gravado em uma das moedas, é muito peculiar. O único outro exemplo conhecido faz parte da inscrição funerária romana “Nicodemus Sponsian” datada do século primeio. Na época da descoberta das moedas, essa inscrição funerária não era conhecida.
A equipe do artigo alega que “a inscrição foi escavada na década de 1720, então não poderia ter sido conhecida por um falsificador”. A partir do uso de imagens ultravioletas, luz visível e microscopia eletrônica de varredura, Pearson e seus colegas encontraram arranhões de desgaste cobrindo as superfícies das moedas.
Essa descoberta sugere que os objetos experimentaram uso extensivo e circulação entre outras moedas. Além disso, pedaços minúsculos de solo cimentados nas superfícies sugerem que os artefatos realmente foram enterrados por um longo período de tempo. Diferentemente das outras, a moeda sponsiana, em particular, tem uma mistura distinta de ouro, prata e cobre que é diferente das proporções medidas em qualquer uma das outras moedas.
Os historiadores especularam anteriormente que Sponsian pode ter sido um breve usurpador durante o reinado de Filipe, o Árabe, na década de 240 d.C. Mas, segundo alguns pesquisadores, o fato de Filipe aparecer em algumas das moedas da mesma coleção contradiz a ideia de que Sponsian o usurpou o poder.
“Essas observações forçam uma reavaliação de Sponsian como um personagem histórico”, escreveram Pearson e sua equipe. “Sugerimos que ele era provavelmente um comandante do exército na isolada província romana da Dácia durante a crise militar da década de 260 d.C.” As “moedas grosseiramente fabricadas de Sponsian apoiaram uma economia monetária funcional que persistiu localmente por um período apreciável”. Isso explicaria por que o general não havia aparecido em nenhum registro oficial romano.
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Fonte: Olhar Digital
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