O espaço sempre fascinou e pode-se dizer que sempre vai fascinar o ser humano. Um indício disso são os valores astronômicos gastos desde a época da Guerra Fria pelas potências mundiais e, mais recentemente, por bilionários excêntricos. Porém, esse deslumbramento, que permitiu uma série de avanços tecnológicos, não vem de hoje, e um dos mais antigos instrumentos para observar o universo é o telescópio.

Também conhecido como luneta astronômica, os primeiros telescópios teriam sido criados nos Países Baixos em 1608, e seu inventor (ou primeira pessoa a patenteá-lo) seria o fabricante de lentes Hans Lippershey. Porém, o responsável pela popularização do instrumento e pelas primeiras grandes observações, por assim dizer, foi o italiano Galileu Galilei.

Nos parágrafos seguintes, o Olhar Digital te explicará, detalhadamente, o que é e como funciona o telescópio.

Índice:

Tipos de telescópio

Mas afinal, o que é um telescópio? O que permite que se veja tão longe com ele? Bom, um telescópio é um instrumento que permite aumentar exponencialmente a capacidade humana de enxergar. Sua lógica de funcionamento é a mesma de objetos mais simples com a mesma função, como uma lupa ou um binóculo. Existem vários tipos de telescópios diferentes, o mais comum é o óptico.

Um telescópio óptico é construído com base em duas lentes, uma objetiva e uma ocular, posicionadas na base e no topo de um cilindro. O que permite ver tão ao longe é a capacidade que essas lentes têm de coletar a luz dos objetos distantes e focalizá-las duplamente em raios de luz. Neste tipo de telescópio, quanto melhor a lente, mais distante é possível ver (e mais caro é o equipamento).

Hoje, também são comuns os telescópios para radiação infravermelha e raios-x, que se popularizaram no momento em que a tecnologia de arrefecimento de sensores digitais se tornou mais barata. Hoje, pode-se usar um telescópio sozinho ou um conjunto de equipamentos, o que permite aumentar bastante o poder de resolução do instrumento.

Refletor newtoniano

O modelo que nós visualizamos mentalmente quando pensamos em um telescópio, com o um formato cilíndrico, relativamente longo e retrátil é uma criação do cientista britânico Isaac Newton. O telescópio newtoniano, também chamado de refletor newtoniano, foi concluído em 1668. Seu diferencial para os telescópios de Lippershey e Galilei é sua relação de lentes.

(Réplica de um refletor newtoniano fotografada em 2004. Crédito: Andrew Dunn/CC BY-SA 2.0)

O refletor newtoniano conta com um espelho objetivo em forma de parábola, chamado de lente primária, e um outro menor e reto, chamado de lente secundária. Enquanto a lente parabólica coleta a luz que vem do céu, a plana redireciona a luz para fora do eixo óptico em um ângulo reto (90º), permitindo a visualização de grandes distâncias.

Refratores

Mais antiga, porém menos popular, é a luneta astronômica, também conhecida como telescópio retratos ou telescópio de Galileu. Seu desenvolvimento data de 1610 e foi realizado por Galileu Galilei, como um aperfeiçoamento da luneta, que já era usada por marinheiros para observar grandes distâncias, para possibilitar o estudo dos astros.

As lunetas astronômicas também usam duas lentes, uma objetiva e outra ocular. A primeira recebe a luz e forma uma imagem espelhada, enquanto a segunda aumenta esse reflexo, permitindo a observação virtual e invertida dos astros. Apesar de permitir melhores, a construção de um refrator é mais cara e complexa, portanto, esses telescópios são encontrados mais facilmente em planetários.

Catadióptricos

Os catadióptricos juntam o “melhor dos dois mundos”, combinando a reflexão da luz, usada nos refletores newtonianos, e a refração das lunetas astronômicas. Enquanto a refração depende de um componente de vidro posicionado na extremidade superior, a reflexão é feita com auxílio dos espelhos primário e secundário, fazendo com que seja possível enxergar a grandes distâncias.

Os componentes mais comumente encontrados em catadióptricos são a placa corretora de Schmidt, criada em 1932 pelo óptico alemão Bernhard Schmidt, que corrige um fenômeno conhecido como aberração esférica, que acontece na observação com telescópios refletores e refratores.

Também são comuns a lente Maksutov, desenvolvida pelo russo Dmitri Maksutov e a lâmina de faces paralelas, que são aperfeiçoamentos da placa de Schmidt.

Qual o melhor telescópio?

A resposta para qual é o melhor telescópio é: depende. Se o objetivo for apenas ver a lua ou observar planetas mais próximos, como Vênus ou Marte, um refletor newtoniano básico, que pode ser encontrado por pouco mais de R$ 100 em lojas ou sites populares já é o suficiente.

Galileu Galilei fez observações da superfície da Lua, manchas solares, as fases de Vênus e as principais luas de Júpiter com uma luneta primitiva. Porém, para observações mais “profissionais” e estudos mais aprofundados, que vão além da curiosidade pura e simples, a melhor opção é ir a um planetário ou fazer um investimento em um equipamento com melhor resolução.

(Imagem: AstroStar – Shutterstock)

Já assistiu aos novos vídeos no YouTube do Olhar Digital? Inscreva-se no canal!