Neste mês de novembro, completaram-se 100 anos da descoberta da tumba de Tutancâmon, o Rei Tut, que governou o Egito entre os anos de 1332 a 1323 AEC. (Era Comum – EC – e Antes da Era Comum – AEC – são as nomenclaturas atualizadas para os termos Depois de Cristo – d.C. – e Antes de Cristo – a.C.).
Em 4 de novembro de 1922, o arqueólogo britânico Howard Carter encontrou uma misteriosa tumba na região do Vale dos Reis, onde os faraós e nobres poderosos eram enterrados no período do Império Novo (século XVI e XI AEC), no Egito.
Nela, entre joias, obras de arte, adagas, roupas e outros pertences do também conhecido como Faraó Menino, estava, obviamente, a múmia do antigo monarca egípcio que foi coroado aos 11 anos e viveu apenas 19.
Com o avanço da tecnologia, cientistas vêm obtendo cada vez mais informações sobre Tutancâmon, sua dinastia e os hábitos do Egito Antigo a partir dos materiais descobertos na tumba. E um dos maiores feitos graças à modernidade tecnológica é a possibilidade de reconstrução corporal do faraó.
Digitalização do corpo de Tutancâmon
De acordo com o site Aventuras na História, a primeira vez que o corpo de Tutancâmon passou por um processo de escaneamento digital foi em janeiro de 2005, quando a múmia foi removida de seu sarcófago e reproduzida por via de 1.700 imagens resultantes de uma tomografia computadorizada.
Com esse processo, foi possível descartar uma antiga ideia de que ele teria sido assassinado com um golpe na cabeça, crença que se devia a uma lesão craniana. Os exames descobriram uma lesão na perna, que sugere que a morte foi causada por complicações infecciosas da ferida obtida durante uma sessão de caça, que o fez contrair malária. Em relação à possível lesão no crânio, descobriu-se que se tratou de uma falha durante o processo de mumificação do corpo.
Quase dez anos depois desse estudo, em 2014, o radiologista egípcio Ashraf Selim, da Universidade do Cairo, por meio de um projeto entre o London’s British Museum em parceria com a emissora de TV BBC, fez uma análise de duas mil imagens radiológicas do corpo, junto a uma pesquisa genética envolvendo cinco gerações de sua família. Com isso, eles puderam reconstruir o corpo e o rosto de Tutancâmon em uma representação em 3D.
De acordo com a reprodução obtida a partir da necropsia virtual, o faraó tinha um crânio esticado, queixo para dentro e dentes protuberantes. Os cientistas também reproduziram a lesão na perna do rei, uma fratura um pouco acima do menisco.
Ainda segundo a varredura feita por Selim, os dedos do pé esquerdo de Tutancâmon, tortos para dentro, pressionavam seu tornozelo contra o chão, intensificando a lesão da perna. Seu pênis foi embalsamado em 90 graus, como se estivesse ereto.
Fonte: Olhar Digital
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