Uma fenda “semelhante a um cânion” se abriu na atmosfera do Sol e pode lançar um fluxo de vento solar em alta velocidade carregado de plasma para o campo magnético da Terra entre quinta-feira (1) e sexta-feira (2). De acordo com o site Spaceweather, possivelmente isso causará uma tempestade solar de categoria G-1 (o nível mais fraco).
Esse extenso buraco coronal (também chamado de mancha solar) se formou no centro do Sol. Os buracos coronais são áreas na atmosfera superior da estrela onde o gás eletrificado (ou plasma) é menos quente e denso do que em outras regiões, o que faz com que pareçam mais escuras em contraste.
Em torno dessas manchas, as linhas do campo magnético do astro apontam para o espaço, irradiando material solar a cerca de 2,9 milhões de km/h, de acordo com o Exploratorium, um museu de ciências em São Francisco, nos EUA.
Essa barragem de detritos solares altamente energéticos, consistindo principalmente de elétrons, prótons e partículas alfa, é absorvida pelo campo magnético da Terra, que se torna comprimido, desencadeando uma tempestade geomagnética.
As partículas solares atravessam a atmosfera perto dos polos onde a magnetosfera protetora da Terra é mais fraca e agitam as moléculas de oxigênio e nitrogênio – fazendo com que elas liberem energia na forma de luz para formar auroras.
Tempestade solar nesta semana
Segundo o site Live Science, a tempestade solar que pode atingir a Terra nos próximos dias provavelmente será muito fraca. Uma tempestade geomagnética G-1 poderia causar, além do surgimento de auroras, pequenas flutuações nas redes elétricas e prejudicar algumas funções de satélite – incluindo aquelas para dispositivos móveis e sistemas GPS.
Tempestades geomagnéticas podem desencadear de duas outras formas de atividade solar: ejeções de massa coronal (CMEs) ou erupções solares.
Os detritos que explodem do Sol na forma de CMEs geralmente levam cerca de 15 a 18 horas para chegar à Terra, de acordo com o Centro de Previsão do Tempo Espacial. Já os sinalizadores brilhantes das erupções solares, que podem causar apagões de rádio, viajam à velocidade da luz para chegar ao nosso planeta em apenas oito minutos.
A maior tempestade solar da história recente foi o Evento Carrington, de 1859, que liberou aproximadamente a mesma energia que 10 bilhões de bombas atômicas de um megaton. Ao atingir a Terra, o poderoso fluxo de partículas solares “fritou” os sistemas de telégrafo em todo o mundo e fez com que auroras mais brilhantes do que a luz da lua cheia aparecessem até mesmo no Caribe. Também liberou uma pluma de bilhões de toneladas de gás e causou um apagão em toda a província canadense de Quebec, segundo a NASA.
Se um evento semelhante acontecesse hoje, os cientistas alertam que causaria trilhões de dólares em danos e desencadearia apagões generalizados.
Fonte: Olhar Digital
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