Nenhum país que formou parte da antiga Iugoslávia tem tanto sucesso no futebol quanto a Croácia, não apenas pelo contexto atual, mas histórico. Constituída após o fim da Segunda Guerra Mundial, com existência até o fim da Guerra Fria, a república iugoslava foi desmembrada em sete países, entre independências pacíficas até conflitos bélicos.
A Iugoslávia era formada por Eslovênia, Croácia, Bósnia e Herzegovina, Kosovo, Macedônia do Norte, Montenegro e Sérvia. Os sérvios formavam a maior parte do território e sediavam a capital da república, Belgrado, que se mantém hoje como capital da Sérvia. Enquanto foi um único país, a Iugoslávia participou de nove Copas do Mundo e teve como melhor resultado um 4º lugar em 1962 – o time convivia com disputas internas, que tudo tinham a ver com o contexto político dos países que faziam parte da seleção.
Da geopolítica para o futebol
Semifinalista da Copa do Mundo pela terceira vez, a Croácia tem, de longe, o melhor retrospecto entre os ex-integrantes da república iugoslava. No Catar, os croatas participam de sua sexta Copa do Mundo, enquanto Macedônia, Kosovo e Montenegro nunca se classificaram para um Mundial. A Sérvia tem três participações e a Eslovênia duas, mas ambas nunca avançaram da fase de grupos.
Nas Eliminatórias da Uefa para esta Copa do Mundo, além de Croácia e Sérvia, que se classificaram, a Macedônia passou perto de fazer história e conseguir sua primeira participação. Os macedônios ficaram em segundo lugar no Grupo J, liderado pela Alemanha, foram aos playoffs e eliminaram a Itália, porém caíram no segundo jogo para Portugal. Bósnia, Eslovênia, Montenegro e Kosovo passaram longe de se classificarem.
Os reforços de peso
Difícil e injusto seria mexer no bom time titular construído pelo técnico Zlatko Dalic no Catar. A base está muito bem estabelecida num 4-3-3 formado por: Livakovic, Juranovic, Gvardiol, Lovren e Sosa; Brozovic, Kovacic e Modric; Perisic, Livaja (Petkovic) e Kramaric.
Sem ignorar um dos mais famosos ditados do futebol, de que “em time que está ganhando não se mexe”, a equipe oGol separou um time de reforços da antiga Iugoslávia que poderiam fortalecer ainda mais a seleção de Zlatko Dalic.
No gol, após o grande desempenho contra Brasil e Japão na fase eliminatória, seria praticamente impossível tirar Livakovic. Antes do Mundial, porém, o esloveno Oblak e o sérvio Milinkovic-Savic vêm de campos de maior competitividade, na Espanha e na Itália, e poderiam ser considerados para a posição.
Na defesa, o bósnio Kolasinac, ex-Arsenal, brigaria por uma vaga na lateral esquerda com Sosa, enquanto o montenegrino Marusic, da Lazio, seria sombra para Juranovic na direita. Na zaga, a principais opções são o kosovar Amir Rrahmani, do Napoli, e o sérvio Nikola Milenkovic, da Fiorentina, porém ambos teriam missão difícil para desbancar Gvardiol e Lovren.
O meio de campo é a principal virtude da Croácia no Catar. Mesmo com bons candidatos, é difícil acreditar que alguém se dispusesse a desmontar a trinca formada por Brozovic, Kovacic e Modric. Os nomes para tentar a sorte contra o trio são o macedônio Elif Elmas (Napoli), o sérvio Milinkovic-Savic (Lazio) e o bósnio Pjanic (Al Sharjah).
Por fim, no ataque, está certamente onde a Croácia mais pode lamentar a ausência dos ex-iugoslavos. As opções são tantas que seria complicado para alguém além de Perisic manter a titularidade atual. Pelo menos sete nomes conseguiriam entregar um repertório goleador bem mais robusto que Livaja, Petkovic e Kramaric: o bósnio Dzeko (Internazionale), o esloveno Sesko (Red Bull Salzburg), e os sérvios Mitrovic (Fulham), Tadic (Ajax), Luka Jovic (Fiorentina), Vlahovic e Kostic (Juventus).
Assim, o time iugoslavo que enfrentaria esta croácia seria: Oblak (Milinkovic-Savic), Marusic, Amir Rrahmani, Nikola Milenkovic e Kolasinac; Elif Elmas, Milinkovic-Savic e Pjanic; Dusan Tadic, Dzeko (Vlahovic ou Mitrovic) e Kostic.

Fonte: Ogol




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