Estima-se que, até 2030, o volume anual de lixo eletrônico descartado no planeta seja de 74 milhões
de toneladas, configurando-se como o lixo doméstico que mais cresce no mundo. A previsão tem
como base as altas taxas de consumo de equipamentos elétricos e eletrônicos, os curtos ciclos d
vida dos itens e as poucas opções de reparos. Os dados são da United Nations Institute for Training
and Research, que a cada três anos promove o Global E-wast Monitor, em parceria com diversas
organizações.
É em momentos importantes e desafiadores da humanidade como este que cabe às organizações e
mentes privilegiadas a missão de criar novidades que, imediatamente ou anos depois, tenham o
poder de transformar o mundo em um lugar melhor e mais adequado para se viver. É quando
cientistas, pesquisadores e pensadores de diversas áreas do conhecimento, juntos ou
individualmente, transformam suas ideias e crenças em ações disruptivas com real poder de dar
novos significados ao que conhecemos e fazemos como sociedade.
Em relação a um futuro mais sustentável, um dos principais objetivos das empresas e pessoas
empenhadas em criar novas tecnologias é diminuir o volume de todo tipo de lixo descartado no
planeta e reduzir a extração de recursos naturais da Terra. Isso se faz necessário porque, de acordo
com o estudo que citei acima, apenas 17,4% dos 53,6 milhões de toneladas de lixo eletrônico
gerados em 2019 foram coletados para tratamento e reutilização ou descarte adequado.
Acredito que uma maneira de contribuir para a gradativa redução desses números assustadores é
investir na promoção do Ciclo dos Três Rs da Sustentabilidade: reduzir, reutilizar e reciclar. As
possibilidades são bastante amplas, com exemplos em diferentes setores da economia. Temos visto
estudos avançados para que penas de galinha sejam transformadas em plástico biodegradável.
Restos de comida, esgoto e outros resíduos já começaram a servir de combustível para algumas
indústrias.

Tratam-se de iniciativas que precisam passar pela avaliação constante dos custos e dos níveis de
produção de lixo e da conscientização da população sobre o correto destino para qualquer material
ou detrito sem valor ou utilidade para suas vidas. É algo que tem acontecido em Nova York, Seattle e
Londres, por meio de pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em
inglês).
Nesse movimento de incluir a sustentabilidade no dia a dia de pessoas físicas e jurídicas, vejo a
economia circular como uma das alternativas mais fáceis de serem assimiladas e colocadas em
prática. É por meio dela, por exemplo, que damos sobrevida a celulares usados que, em vez de irem
para o fundo da gaveta ou um lixo qualquer, podem ser revitalizados e, assim, ir para as mãos de
quem não pode ou não quer investir muito dinheiro em um dispositivo novo.
Como você pode ver, não se trata apenas de salvar o planeta. No caso de reutilização de
smartphones, desde que o processo seja feito por uma empresa especializada como a Trocafone,
trata-se também de um incentivo à inclusão digital e à democratização do acesso à tecnologia, de
uma maneira segura, com aparelhos não apenas revisados, testados e em perfeito estado, mas com
garantia tanto do funcionamento quanto da idoneidade do item.
Com o meio ambiente dando sinais de colapso a todo momento, não é mais aceitável que uma
organização apenas exista ou que as pessoas sigam um caminho de consumo desenfreado. É preciso
pensar além dos nossos próprios interesses a cada venda, compra e descarte de qualquer item. O
mundo está pedindo socorro e nós precisamos atendê-lo com ideias cada vez mais disruptivas.

*por Guillermo Arslanian, Co-Founder & Co-CEO na Trocafone