Há dez anos atrás a média de satélites lançados por ano era de 80 a 100 lançamentos. Com o passar dos anos essa média cresceu e até o momento de 2022, já foram lançados mais de 2000 satélites somente esse ano. Esse crescimento foi em grande parte causado pelo surgimento de redes de comunicação como a Starlink da SpaceX. O problema é que o lixo espacial resultante desses lançamentos vão se tornar problemas entre 5 a 10 anos.
Os satélites geralmente localizam-se na órbita baixa da Terra, a cerca de 1000 quilômetros da superfície terrestre, e alguns já causam problemas. A maior parte dos prejuízos são causados pelo lixo espacial a outras instalações espaciais ainda em funcionamento.
Em novembro de 2021, a Rússia explodiu seu próprio satélite Cosmo 1408, botando mais de 1000 fragmentos em órbita que até hoje causam problemas na rota da Estação Espacial Internacional. O foguete chinês Long March 6A também explodiu no último mês e resultou em 300 pedaços de lixo espacial rastreável.
Os detritos de lixo espacial viajam em velocidades superiores a do som adquirindo enorme energia cinética. Detritos do tamanho de uma bola de softball em órbita possuem a mesma energia cinética que uma bomba, podendo causar grandes estragos.
Moriba Jah, aerodinamicista da Universidade do Texas em entrevista a Ars Technica acredita que em breve algumas órbitas não estarão mais disponíveis para serem utilizadas. Segundo ele, algumas faixas de órbita vão estar tão lotadas de objetos e detritos que vão acabar sendo “fechadas”.
“Também prevejo que veremos uma perda de vida humana por objetos do tamanho de ônibus escolares sobrevivendo à reentrada e atingindo uma área povoada, ou pessoas viajando nessa onda de astronautas civis e comerciais basicamente tendo seus veículos sendo atingido por um pedaço imprevisto de lixo. Eu prevejo que essas duas coisas vão acontecer na próxima década.” completa Jah.
Como resolver o problema do lixo espacial
Para Jah, uma forma de amenizar o problema do lixo espacial é desenvolver um plano para redução de satélites e foguetes de único uso, e promover a utilização de instalações reutilizáveis e recicláveis. “Para aqueles que não podem ser reutilizados e reciclados, vamos então incentivar uma estrutura para descarte responsável, que não é reentrada descontrolada.” completa ele.
O aerodinamicista ainda pontua a importância de políticas de promoção a essas atividades, como créditos de carbono para empresas espaciais privadas que cumprirem objetivos de sustentabilidade espacial.
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Fonte: Olhar Digital
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