Em Portugal para o lançamento do livro “Cabeça Fria, Coração Quente”, Abel Ferreira concedeu entrevista, nesta quarta-feira (28), e falou sobre um dos assuntos do momento: a possibilidade de assumir o comando da seleção brasileira.
De acordo com o técnico do Palmeiras, porém, o momento é de viver a realidade. Abel se mostrou satisfeito e declarou que não sente a necessidade de deixar o clube onde é bicampeão da Libertadores, da Copa do Brasil e do Brasileirão.
“Eu vivo a realidade, eu vivo muito no aqui e no agora. E o aqui e o agora é o Palmeiras, o aqui e agora é ser treinador de um dos melhores clubes do mundo. Estou muito feliz e muito realizado no clube onde estou. Eu não vivo com os “ses”. A realidade é esta e é isso que eu me foco”, declarou.
O técnico de 44 anos também foi questionado sobre a possibilidade de voltar ao seu país. O cargo de treinador de Portugal ficou vago após a saída de Fernando Santos. Novamente, Abel Ferreira falou da realidade e desejou sorte ao comando da Federação Portuguesa de Futebol.
“Já disse muitas vezes que é um orgulho ser português, e quanto você é imigrante sente isso ainda mais Mas volto a dizer, a minha realidade é o Palmeiras, renovamos contrato no início do ano. Esse é o aqui e o agora. Portugal tem treinadores de muita qualidade, com muita experiência. Tem treinadores que ganharam muito mais do que eu. Tem treinadores também por ventura desempregados e disponíveis e, portanto, o que eu posso dizer em relação a isso é a minha realidade. As pessoas que têm que tomar essas decisões e eu digo: boa sorte, porque aquilo que eu faço todos os dias é tomar decisões e não é nada fácil tomar decisões e boas decisões. E que escolham a pessoa certa, é só isso”, completou Abel.
Depois de falar com a mídia portuguesa, o técnico falou com exclusividade para oGol. Sobre o ano de 2022, que terminou com os títulos do Campeonato Paulista e do Brasileirão, Abel Ferreira revelou ter tido a sua “melhor versão” de equipe. O técnico destacou a maturidade, a mente aberta dos jogadores e também o seu papel de liderança.
Às vezes questionam muito no Brasil porque os jogadores trocam tanto de posição. Quando eles têm o conhecimento daquilo que é preciso fazer da função, eles conseguem fazer isso. Depois também se consegue ter um elenco mais enxuto, com oportunidade de todos os jogadores jogarem. Assim todos vão estar satisfeitos e isso, para mim, também faz parte da gestão e liderança”, destacou.
Abel Ferreira falou também sobre a sua curva de aprendizado como técnico e o lado emocional. Marcado por alguns atritos com a imprensa, o técnico do Verdão definiu alguns desses momentos como “processos”.
“Eu tenho que fazer uma reflexão. O lado emocional na América do Sul é muito forte. O presidente do PAOK (Ivan Savvidis) me dizia: “Vocês portugueses são muito emocionais”, enquanto eles são mais racionais. Agora que eu atravessei o Atlântico, eles (sul-americanos) são ainda mais emocionais. É normal que você ainda traga um pouquinho das emoções dentro de ti e precise de acalmar. Mas quanto eu olho para trás, há ensinamentos e processos que tu tens que passar por eles para aprender. E é isso que eu estou fazendo”, finalizou Abel.
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Fonte: Ogol
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