Quem nunca sonhou em experimentar uma situação de gravidade zero? A ideia de flutuar pelo ar sem a força da gravidade da Terra é, para algumas pessoas, algo muito atrativo. Segundo o professor de comunicação científica da Universidade de Westminster, Lewis Dartnell, “você pode experimentar a ausência de gravidade em qualquer altitude”, ou seja, não precisa necessariamente ir para o Espaço. Dartnell alega que, para isso, é preciso estar “acelerando livremente em direção ao solo na mesma aceleração da gravidade antes que a resistência do ar se acumule demais”.
Isso significa que, para experimentar uma sensação de gravidade zero, uma pessoa precisaria cair na mesma taxa que a aceleração gravitacional da Terra, que é de 9,807 m/s². “A ausência de gravidade depende da sua trajetória de voo, não da sua altitude ou peso”, disse Steven Collicott, professor da Escola de Aeronáutica e Astronáutica da Universidade de Purdue, em Indiana, à Live Science em um e-mail.
De acordo com Dartnell a ideia de “ausência de gravidade” é facilmente mal compreendida. “A ausência de gravidade é mais corretamente conhecida como ‘microgravidade’”, disse ele. Para o comunicador, “experimentar a ausência de gravidade significa apenas que você está acelerando livremente com a gravidade”. “Você pode experimentar a ausência de gravidade apenas pulando de um degrau – antes de bater no chão, seu corpo estará em queda livre por um período muito curto”, atestou Dartnell.
Até mesmo as aeronaves comuns podem proporcionar uma experiência como essa através do voo em trajetória ondulada especial para cima e para baixo. Essa prática é conhecida como voo parabólico e, segundo o comunicador, ela produz a ausência de gravidade por cerca de trinta segundos de cada vez.
Porém, a melhor maneira de experimentar um longo período de ausência de gravidade é se tornar um astronauta e passar um tempo na Estação Espacial Internacional (ISS), disse Dartnell. “A ISS e os astronautas no interior estão em perpétua queda livre e, portanto, experimentam essa sensação o tempo todo’”.
A gravidade está em toda parte, até mesmo no Espaço
Um artigo publicado na Yale Scientific atestou que a gravidade está em toda parte. Não há isso de gravidade zero. Tudo aquilo que está no Espaço acaba sendo puxado para algum lugar pela gravidade, seja em direção a um planeta, estrela ou buraco negro. O que fica é apenas a sensação de estar “sem peso”.
Dartnell alerta para os prejuízos que ficar vários meses em microgravidade pode gerar. A ausência de impacto nos músculos passa a deixá-los mais fracos e proporciona um processo de atrofia. Até mesmo o coração sofre com esse efeito, pois não precisa mais bombear sangue com a mesma intensidade que antes.
“O esqueleto também é afeta através da ‘desmineralizando’ e perda de cálcio, o que leva a ossos frágeis e osteoporose”, disse Dartnell. É possível contornar alguns desses efeitos através da atividade física, “mas mesmo assim, uma vez que eles retornam à Terra, eles não podem se levantar no início, e leva muito tempo para se recuperar.” Dependendo do tempo em que o astronauta permaneceu no Espaço, até problemas de visão podem surgir.
Experiências breves em microgravidade, como no caso de um voo espacial de curto prazo, não geram problemas imediatos e duradouros no corpo humano. Apenas repercussões que poderiam ser vistas em situação de estresse ou perigo são notadas de imediato.
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Fonte: Olhar Digital
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