Uma equipe de pesquisadores da China usou o Radiotelescópio Esférico com Abertura de 500 Metros (FAST) para detectar rajadas rápidas de rádio repetitivas e ativas. Eles acabaram descobrindo uma característica rara em três dessas fenômenos: a polarização circular.

O radiotelescópio FAST, conhecido como “Olho do Céu”, da China, detectou a característica rara em três rajadas rápidas de rádio. Imagem: Universidade Normal de Pequim (BNU)

As rajadas rápidas de rádio (FRBs, na sigla em inglês) são emissões superenergéticas de ondas de rádio. A duração delas não passa de alguns milissegundos, mas esses poucos instantes liberam uma quantidade de energia equivalente à emitida pelo Sol em um mês ou, até mesmo, um ano.

Geralmente, as FRBs vêm de outras galáxias e sua formação ainda é uma incógnita. O fenômeno só foi detectado uma única vez na Via Láctea

Outro mistério que também cerca essas rajadas é a possibilidade de elas se repetirem. A maioria das FRBs não dura mais que uns instantes, mas algumas se reiteram.

Cerca de 20 rajadas rápidas de rádio já observadas apresentaram característica de repetição, o que representa em torno de 5% das detecções.

A primeira delas foi catalogada como FRB20121102A, após a qual os pesquisadores descobriram a FRB20190520B, que foi a primeira persistentemente ativa. A mais recente detectada foi a FRB20201124A, a primeira FRB repetitiva a apresentar polarização circular. Esses resultados foram publicados este mês no periódico científicoScience Bulletin.

Polarização circular

A polarização traz importantes informações sobre as ondas eletromagnéticas, onde estão a luz visível e as ondas de rádio, uma de suas propriedades fundamentais. Até então, todas as rajadas rápidas de rádio apresentavam polarização linear. Entretanto, a FRB20201124A mudou a forma como os pesquisadores conheciam o fenômeno.

Agora, as rajadas com essa característica passam de um exemplar, para três. Isso faz com que os pesquisadores acreditem que outras rajadas repetitivas possam ter essa característica, e que talvez seja até algo comum entre elas.

Um estudo mais aprofundado sobre as FRBs pode revelar mais informações sobre a polarização e até solucionar outros mistérios que as envolvem.

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