As chamadas nanofibras vêm sendo utilizadas em inúmeras aplicações, como filtros de ar e curativos. Agora, a produção desse material vai ficar ainda melhor e mais dinâmica.

Isso porque cientistas conseguiram desenvolver método mais rápido e mais simples para produzi-las, inspirados por um simpático inseto: o bicho-da-seda.

Segundo pesquisadores da Universidade de Sichuan, na China, os métodos de produção tradicionais de nanofibras – eletrofiação é um deles – são igualmente complicados, lentos, ou resultam em fibras desajeitadas.

Em contrapartida, o bicho-da-seda produz fibras de seda ultrafinas de alta qualidade de forma rápida e fácil. Ele faz isso simplesmente secretando sua saliva pegajosa em uma superfície e, em seguida, puxando sua cabeça para trás, desenhando a saliva em longo fio.

Os cientistas chineses replicaram o processo por meio de uma técnica chamada fiação guiada por microadesão (MAG, sigla em inglês). Ela é constituída de uma série de microagulhas, que são empurradas em pedaço de espuma embebido em uma solução de óxido de polietileno. A seguir, elas são puxadas de volta.

Conforme as microagulhas são removidas, cada uma puxa um fio fino do polímero para fora da esponja. Tais fios secam rapidamente, ao ponto de que eles podem ser cortados e disponibilizados para uso.

Além disso, imitando as diferentes maneiras que o bicho-da-seda move sua cabeça quando produz suas fibras, pode-se criar vários tipos de nanofibras, também pela técnica MAG.

Por exemplo, se as agulhas são apenas puxadas da esponja para trás, as fibras ficam todas retas e alinhadas. Se as agulhas são balançadas ou vibradas, as fibras se cruzam umas com as outras. E, se forem viradas para um lado ou para o outro enquanto são puxadas de volta, as nanofibras torcem juntas para formar uma única fibra maior.

Na verdade, dependendo do tipo de nanofibras requerida, o grupo de microagulhas não é sempre necessário. Apenas colocando duas esponjas encharcadas em polímero juntas e, a seguir, separando-as, os cientistas obtiveram nanofibras retas, que foram usadas para criar bandagem instantânea que foi colocada na pele de uma pessoa.

Ainda, um antibiótico que foi adicionado ao polímero fez com que a bandagem inibisse o crescimento de uma bactéria nociva.

A pesquisa foi liderada pelos cientistas Yu Wang, Wei Yang e Xuewei Fu e foi publicada recentemente na Nano Letters.

Com informações de New Atlas

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