As descobertas de exoplanetas em 2022 estiveram a todo vapor. Essas estruturas fascinantes, muitas vezes trazem mais perguntas do que respostas, porém, os astrônomos acreditam que essas descobertas podem ter grandes consequências na busca por vida no Espaço. Dentre os exoplanetas encontrados nesse ano, a Space.com fez uma lista daqueles que tinham as histórias mais interessantes e significativas. Dentre os selecionados estão uma super Terra escaldante e até mesmo um mundo forma de futebol.

Uma nova classe de exoplanetas, compostos por rocha e água, foi encontrada orbitando as estrelas mais comuns do Universo: as anãs vermelhas. De acordo com os astrônomos, elas representam mais de 70% da população estelar conhecida. Os planetas que orbitam esses astros provavelmente surgiram de material gelado e nasceram longe de suas estrelas, além da “linha de gelo”, onde as temperaturas são bem frias. Com o passar dos anos, eles migraram para mais perto, onde os astrônomos os detectaram.

Embora esses planetas tenham água, eles podem não estar cobertos de oceanos. “A água parece misturada com a rocha”, disse o coautor do estudo Enric Pallé, astrofísico do Instituto de Astrofísica das Ilhas Canárias, à Space.com.

Outro exoplaneta peculiar foi o TOI-2180 b, localizado a 389 anos-luz de distância da Terra. Para encontrá-lo, os astrônomos e cientistas cidadãos precisaram unir forças. Estima-se que ele tenha aproximadamente o mesmo diâmetro que Júpiter, mas três vezes mais massivo. Esta diferença de densidade sugere que o planeta se formou de forma diferente de Júpiter.

Outro ponto que torna o exoplaneta incomum é o tempo que ele leva para orbitar sua estrela-mãe: 261 dias. Isso é muito mais do que a maioria dos gigantes gasosos distantes descobertos até o momento. Outra anomalia está relacionada com a temperatura do planeta, que tem uma média de 77ºC. Embora o TOI-2180 b seja mais quente que Júpiter e Saturno, ainda é bastante frio em comparação com muitos outros exoplanetas enormes.

Exoplaneta mais massivo que a Terra

Outro exoplaneta que despertou a curiosidade dos astrônomos foi a “super-Terra”. Trata-se de um dos planetas rochosos mais massivos já descobertos dessa categoria. Ele é coberto de magma e seu ano dura apenas meio dia. As super-Terras fascinam os astrônomos porque se acredita que sejam comuns em toda a Via Láctea, mesmo que não haja nenhuma no sistema solar.

O mundo, designado TOI-1075b, foi encontrado pela sonda Transiting Exoplanet Survey Satellite (TESS) da NASA. Sua superfície é superaquecida e apresenta impressionantes 1.050ºC, graças à sua proximidade com a sua estrela-mãe. Ele está localizado a cerca de 200 anos-luz de distância da Terra.

Três exoplanetas descobertos em 2022 orbitam de forma perigosa suas estrelas. Os três mundos, apelidados de TOI-2337b, TOI-4329b e TOI-2669b, são gigantes gasosos e têm massas entre 0,5 e 1,7 vezes a de Júpiter. Além disso, eles têm algumas das órbitas mais curtas descobertas até agora em torno de estrelas moribundas subgigantes ou gigantes.

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Imagem: Ilustração de exoplaneta de pedra com lua no fundo. Créditos: Jurik Peter/Shutterstock

Quando uma estrela entra no último décimo de sua vida, ela pode atrair planetas próximos e modificar a órbita deles. Essa alteração é capaz de desestabilizar todo o seu sistema planetário ou fazer com que os mundos colidam à medida que se aproximam uns dos outros. Ou seja, nesse momento, orbitar essas estrelas pode significar um caos.

Atmosfera mais pesada já vista até agora

Outros dois mundos explorados à distância pelos astrônomos apresentam atmosfera composta por bário, o metal mais pesado encontrado até agora nos céus de um planeta. Ambos mundos alienígenas WASP-76b e WASP-121b, são extremamente quentes e podem revelar mais informações sobre os exoplanetas chamados Júpiteres quentes. Esses gigantes gasosos orbitam perto de suas estrelas e muitas vezes estão bloqueados pelas marés, com um lado infernal voltado para a estrela e um lado noturno relativamente frio voltado para o Espaço.

No WASP-76b ocorre um fenômeno curioso, pois a temperatura do lado voltado para a estrela registra 2.400ºC, quente o suficiente para vaporizar ferro e outros metais. Quando esse vapor de ferro atinge o lado noturno, que é o mais frio do planeta, ele se liquefaz e cai como “chuva de ferro”.

 O planeta, conhecido como WASP-121b, orbita uma estrela mais brilhante e quente que o Sol (Imagem: NASA)

O exoplaneta em formato de bola de rugby é conhecido como WASP-103b e está a mais de 1.000 anos-luz da Terra. Seu formato “menos esférico” que o habitual decorre de ele ser esticado pelas forças gravitacionais de sua estrela-mãe. O WASP-103b, descoberto em 2014, é um gigante gasoso que orbita sua estrela-mãe em apenas um único dia terrestre, ou seja, ele está bem perto de sua estrela-mãe. As imensas marés que resultam no planeta são semelhantes, mas muito mais poderosas do que as marés que a Lua desencadeia em nossos oceanos na Terra.

WASP-103b (mais escuro) com formado de bola de rugby (Imagem: NASA)

Através do monitoramento das passagens desse planeta, foi possível medir o quanto ele foi deformado pela estrela-mãe. “É incrível que tenhamos sido capazes de fazer isso – é a primeira vez que tal análise foi feita”, disse o coautor do estudo, Babatunde Akinsanmi, pesquisador da Universidade de Genebra, em um comunicado da Universidade de Genebra.

Brilho zodiacal

Outro trio de exoplanetas surpreendeu os cientistas por causa do brilho fantasmagórico, conhecido como “luz zodiacal”, detectado neles. De acordo com os cientistas esses exoplanetas são potencialmente habitáveis. A luz zodiacal nos céus da Terra é resultado da luz solar que salta da poeira que preenche o Sistema Solar, os restos de asteroides pulverizados e detritos de cometas.

Ao analisar 47 diferentes mundos potencialmente habitáveis monitorados pelo telescópio espacial Kepler da NASA, os cientistas descobriram três onde a luz zodiacal pode brilhar: Kepler-69c, Kepler-1229b e Kepler-395c. Esses exoplanetas são conhecidos como “super Terras”.

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