Segundo Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de pele é o mais frequente no Brasil e corresponde a cerca de 33% de todos os tumores malignos registrados no país, tendo a exposição excessiva ao sol e fatores genéticos como as causas mais relacionadas a doença.

Segundo o cirurgião plástico e membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Dr. Fernando Amato, há um método simples chamado ABCDE que consegue avaliar se é ou não a hora de procurar um especialista. A checagem parte da observação da própria pessoa e pode ser aplicada sempre que houver suspeitas de pintas ou manchas na pele.

Conheça abaixo os principais tipos de câncer de pele e quais alterações devem ter sua atenção! 

O câncer de pele pode ser classificado como melanoma e não melanoma (o carcinoma basocelular e espinocelular são os dois tumores mais comuns no campo do não melanoma):

  1. Melanoma: é o menos frequente em relação ao câncer basocelular e espinocelular, representa 3% dos cânceres de pele no Brasil, porém, pode ser mais agressivo, com risco de metástase. O prognóstico pode ser bom se descoberto na fase inicial. Devido aos novos medicamentos e a detecção precoce da doença, houve uma melhora na sobrevida desses pacientes nos últimos anos. 

    Segundo estimativas do INCA, o número de casos novos estimados será de 4.200 em homens e de 4.250 em mulheres. Esses valores correspondem a um risco estimado de 4,03 casos novos a cada 100 mil homens e 3,94 para cada 100 mil mulheres. A região Sul do Brasil é onde se concentra o maior número de casos e em pessoas de pele clara. 

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  1. Carcinoma basocelular (não melanoma): o mais comum, cerca de 80% dos casos, pode ser mais agressivo localmente, porém, com evolução mais lenta. Pode-se apresentar como uma pinta, mancha, nódulo ou ferida na pele. 
  1. Carcinoma espinocelular (não melanoma): com origem na camada mais superficial da pele também pode aparecer em mucosas e até em áreas de cicatrização prolongada, como uma ferida que nunca fecha. Mais comum surgir nas áreas do corpo que ficam mais expostas ao sol, como rosto, orelhas, lábios, pescoço e dorso da mão. Às vezes, pode até ser necessário radioterapia no tratamento complementar. 

    Segundo o INCA, estima-se que para cada ano do triênio 2020/2022, sejam diagnosticados no Brasil 176.930 novos casos de câncer de pele basocelular e espinocelular (83.770 em homens e 93.160 em mulheres). 

O método ABCDE 

De acordo com Amato, deve-se procurar um especialista quando as seguintes alterações em uma lesão ou pinta suspeita forem encontradas: 

A Assimetria: quando uma parte da lesão é diferente da outra 

B – Borda: irregularidades no contorno 

C – Cor: cores diferentes na mesma pinta ou lesão 

D – Diâmetro: quando for maior de 6 milímetros 

E – Evolução: perceber se a lesão apresenta crescimento, muda de formato ou cor 

“Feridas que não cicatrizam depois de três semanas ou que sangram facilmente também devem ser investigadas”, alerta o médico. 

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Normalmente, o dermatologista é quem faz a suspeita do diagnóstico pela dermatoscopia, exame realizado com lente de aumento, sendo necessário o estudo anatomopatológico para definição do diagnóstico. 

Dependendo do local onde está a lesão, no caso de regiões do corpo mais delicadas e expostas, como a face, por exemplo, o paciente é encaminhado para o cirurgião plástico, que faz a remoção e reconstrução se necessário. 

“Todo material retirado do paciente deve ser enviado para estudo anatomopatológico (biópsia) e, dependendo do resultado, pode ser necessário outros procedimentos, como, por exemplo, no melanoma, em que é necessário a retirada de toda lesão para se definir a necessidade ou não de cirurgia nos linfonodos (gânglios). Depois que é feito o estadiamento da doença, ou seja, identificado até onde ela avançou, pode ser necessário o envolvimento de outros especialistas, como o oncologista para dar seguimento no tratamento.” 

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A médica dermatologista Dra. Luciana Malzoni Langhi, da equipe do Dr. Amato, lista algumas dicas que contribuem muito para a prevenção do câncer de pele: 

●      Usar filtro solar diariamente, mesmo que em dias nublados, e reaplicá-lo a cada duas ou três horas ou antes se houver suor excessivo e atividades em água. 

●      Evitar ao máximo queimaduras solares durante a infância. Um dos fatores de risco para o desenvolvimento de melanoma é a ocorrência de queimaduras solares importantes, principalmente com formações de bolhas. Portanto, é essencial a proteção solar adequada das crianças quando expostas ao sol. 

●      Não esquecer de aplicar o filtro solar em áreas mais escondidas ou periféricas, como axilas, pescoço, orelhas, região inguinal, cotovelos e pés. 

●      Usar chapéu e óculos de sol, essenciais para a proteção adequada. 

Vale pontuar que o câncer de pele também ocorre no couro cabeludo. Recentemente, o Olhar Digital conversou com um cirurgião oncológico para entender mais o tipo da doença nesta região. Veja reportagem completa aqui!