Cientistas da Universidade de Stanford, nos EUA, participaram do programa “60 Minutes”, da emissora CBS, no primeiro dia do ano, e apontaram fatos preocupantes sobre a atual crise global de extinção em massa que a Terra, segundo eles, vem enfrentando.
Na ocasião, o biólogo Tony Barnosky declarou que, de acordo com uma pesquisa desenvolvida por ele, as taxas de extinção atualmente se movem cerca de 100 vezes mais rapidamente que os índices normalmente observados na história conhecida de quatro bilhões de anos do planeta.
Barnosky desenvolve um trabalho relacionado ao uso de registros fósseis para mapear mudanças nos ecossistemas ao longo do tempo. Segundo ele, essa rápida perda populacional observada significa que a Terra, agora, experimenta o pior episódio de extinção em massa desde os dinossauros.
Conforme destaca o site Futurism, enquanto a própria Terra se recuperou de diversos eventos de extinção em massa ao longo de sua evolução, a maioria da vida existente no planeta não teve o mesmo desempenho.
Infelizmente, nesse novo episódio de extinção em massa, a civilização humana, como conhecemos, pode estar fadada a ter o mesmo fim que animais de outras épocas que não conseguiram se salvar em episódios anteriores.
Paul Ehrlich, colega de Barnosky em Stanford, que também participou do programa, foi categórico ao dizer que “as próximas décadas serão o fim do tipo de civilização a que estamos acostumados”.
Mesmo que os seres humanos sobrevivam às mudanças vindouras, provavelmente os impactos de amplo alcance da extinção em massa – que incluem destruição de habitat, quebras na cadeia alimentar natural, infertilidade do solo e muito mais – fariam com que a sociedade humana moderna não se sustentasse.
No entanto, Barnosky disse que essa história de que “estamos matando o planeta” não é bem assim: na visão do pesquisador, a Terra ficará bem. O que de fato acontece no mundo, segundo ele, é a aniquilação do modo de vida atual.
Se alguns estragos não forem corrigidos e se o curso do desenvolvimento não for revisto para moldes mais sustentáveis, provavelmente, o futuro será muito desagradável para os humanos.
Excesso de desenvolvimento pode acabar com a população humana da Terra
De acordo com Ehrlich, um pesquisador que, desde 1968, alerta sobre os perigos do excesso de desenvolvimento humano e crescimento populacional, o problema é a relação que existe entre os fatores. “Muitas pessoas, muito consumo e crescimento, e não há sinal significativo de desaceleração”.
Embora nem todas as previsões controversas de Ehrlich tenham se tornado realidade, duas importantes – sobre o derretimento do gelo polar causado pelo aumento da emissão de gases de efeito estufa e a sobrecarga da natureza gerada pela humanidade – sem dúvida, se materializaram.
Além de apontar a insustentabilidade do estilo de vida adotado pela maior parte da população da Terra, o pesquisador também ressaltou que “a humanidade está muito ocupada sentada em um corpo que estamos serrando”, ou seja, a atividade humana, da maneira como é empreendida, ceifa a própria existência.
Fonte: Olhar Digital
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