Uma grande explosão vulcânica foi detectada em Io, uma das 79 luas de Júpiter. A descoberta foi feita por Jeff Morgenthaler, do Planetary Science Institute, um instituto de pesquisa com sede em Tucson, no Arizona (EUA), usando o observatório Io Input/Output (IoIO).
Segundo o estudo, essa explosão, descoberta no fim do ano passado, é a mais poderosa já observada no terceiro maior satélite natural de Júpiter.
A lua mais interna do planeta é também considerada o corpo mais vulcânico do Sistema Solar, por causa da influência gravitacional de Júpiter e das outras grandes luas Europa e Ganimedes.
Para observá-la, foi utilizada uma técnica coronagráfica característica do IoIO, que escurece a luz emitida por Júpiter para permitir que os gases mais fracos que ficam próximos ao planeta sejam visualizados.
O brilho de alguns desses gases, o sódio e o enxofre ionizados, começou entre julho e setembro de 2022 e durou até dezembro. O enxofre ionizado é chamado de toro de plasma e se mostrou extremamente brilhante nessas explosões vulcânicas.
“Isso pode nos dizer algo sobre a composição da atividade vulcânica que produziu a explosão ou pode nos dizer que o toro é mais eficiente em se livrar do material quando mais material é jogado nele”
Jeff Morgenthaler em declaração ao site Phys
A missão Juno
As observações da explosão são muito úteis para a missão Juno, da NASA, que orbita Júpiter desde 2016. A sonda passou recentemente pela lua Europa, enquanto ainda acontecia a explosão, e está indo em direção a Io, onde fará um sobrevoo em dezembro deste ano.
As medições de Io feitas por Juno poderão mostrar se a explosão vulcânica detectada na lua é diferente das outras que já aconteceram no satélite. Isso poderá ser feito graças ao fato de que os sensores da sonda são sensíveis às alterações do plasma ao redor de Júpiter, que se acredita ter sido causado pela explosão.
O observatório IoIO
Segundo Morgenthaler, o equipamento usado para fazer as observações é extremamente simples e pode ser facilmente reproduzido em casa. Ele aponta que ter cópias desses observatórios em outros pontos do planeta seria muito útil, pois evitaria intervalos climáticos e ofereceria uma cobertura melhor dos acontecimentos em Io, como as explosões vulcânicas.
Além de estudar a lua Io, o IoIO também observa a cauda de sódio de Mercúrio, cometas brilhantes e planetas extra-solares em trânsito.
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Fonte: Olhar Digital
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