Dezembro foi um mês muito agitado para o Sol. Um pesquisador da Turquia reuniu dados coletados pela sonda Solar Dynamics Observatory (Observatório da Dinâmica Solar), da NASA, e descobriu que, no mês passado, o astro contabilizou o maior número de manchas solares dos últimos sete anos.
Ao empilhar digitalmente 26 dias de fotos do Sol feitas entre 2 e 27 de dezembro de 2022, Senol Sanli, construtor de telescópios amadores e astrofotógrafo de Bursa, na Turquia, chegou a uma descoberta impressionante.
“Havia mais de 24 grupos de manchas solares, alguns deles bastante grandes, congestionados em duas bandas em lados opostos do equador do sol”, revelou Sanli.
Segundo o site Spaceweather, o congestionamento de núcleos escuros catapultou o número mensal de manchas solares para o seu maior valor desde 2015, conforme demonstra o gráfico abaixo, elaborado pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) dos EUA:
O gráfico da NOAA mostra a progressão ascendente do atual ciclo solar. Ele superou a previsão oficial por 35 meses consecutivos. Se a tendência continuar, o pico de atividade, previsto para 2025, acontecerá mais cedo ou será mais forte do que o esperado originalmente – possivelmente ambos.
O que são manchas solares e o que elas provocam?
O Sol tem um ciclo de 11 anos de atividade solar, e está atualmente no que os astrônomos chamam de Ciclo Solar 25. Esse número se refere aos ciclos que foram acompanhados de perto pelos cientistas.
No auge dos ciclos solares, o Sol tem uma série de manchas em sua superfície, que representam concentrações de energia. À medida que as linhas magnéticas se emaranham nas manchas solares, elas podem “estalar” e gerar rajadas de energia.
De acordo com a NASA, essas rajadas são explosões massivas do Sol que disparam partículas carregadas de radiação para fora da estrela. Os clarões (sinalizadores) são classificados em um sistema de letras estabelecido pela NOAA – A, B, C, M e X – com base na intensidade dos raios-X que elas liberam, com cada nível tendo 10 vezes a intensidade do último.
Essas erupções enviam partículas carregadas de radiação solar à incrível velocidade de 1,6 milhão de km/h, podendo atingir até mais nos casos de sinalizadores de maior classificação.
As erupções solares às vezes são acompanhadas por ejeções de massa coronal (CMEs), que são nuvens de plasma magnetizado que podem levar até três dias para chegar à Terra.
Dependendo da potência com que chegam por aqui, as CMEs desencadeiam tempestades geomagnéticas na atmosfera de maior e menor proporção. Essas tempestades geram belas exibições de auroras, mas também podem causar apagões de energia e até mesmo derrubar satélites da órbita.
Fonte: Olhar Digital
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