Cruzeiro e Fortaleza travam uma disputa no mercado de transferências por Tomás Pochettino, meia ofensivo ex-River Plate. O jogador, de 26 anos, vinha na reserva do clube argentino e não renovou seu contrato, em um contexto que vem desde a saída de Marcelo Gallardo até o retorno de Nacho Fernández, ex-Atlético Mineiro. Mas quem é e como joga Pochettino?
Cria do Boca Juniors, Pochettino nunca se firmou no grande rival e chegou ao River em 2022 com contrato de empréstimo válido por apenas um ano, cedido pelo Austin FC, da Major League Soccer. A não-permanência em Buenos Aires se deu por diferentes motivos, mas essencialmente três fatores pesaram: a pedida do Austin para uma venda em definitivo (3,5 milhões de dólares por 50% do passe), a queda de rendimento ao longo da temporada e a saída de Gallardo.
Com o valor pretendido pelo Austin por Pochettino, o River decidiu investir um montante similar para repatriar Nacho. Mesmo seis anos mais velho, Nacho é considerado um ídolo no Millonario, além de ser visto como uma contratação mais certeira – ao longo de seis anos, o meia sempre foi titular, ao contrário de Tomás Pochettino, que viveu um ano entre altos e baixos.
Apesar de contar no currículo com Boca Juniors e River Plate, Tomás Pochettino ganhou notoriedade quando vestiu camisas mais modestas, como as do Defensa y Justicia e Talleres. Revelado pelo Boca em 2015, o meia passou quase uma década na categoria de base do clube antes de ser promovido para o time principal ao lado de Rodrigo Betancur, jogador da seleção uruguaia e do Tottenham. Diferente de Betancur, que logo no primeiro ano conquistou espaço no time, Pochettino pouco jogou – na realidade realizou uma única partida.
Considerado na Argentina como um meia talentoso, Pochettino também é conhecido como um daqueles jogadores que ainda não conseguiu “explorar seu potencial máximo”. Em dois anos e meio de Defensa y Justicia, conquistou a titularidade absoluta em sua última temporada, chamando a atenção do Talleres, onde conseguiu mais sucesso. No clube da cidade de Córdoba disputou 58 jogos, marcou seis gols e distribuiu 10 assistências – média de uma participação em gol a cada quatro jogos. O desempenho o levou para o Austin, que em 2021 comprou seu passe em definitivo.
Apesar de ser meia ofensivo, por essência um camisa 10 que gosta de pisar bastante dentro da área e de arriscar chutes de fora da área, Pochettino é bastante conhecido também por sua versatilidade. O meia não tem grande dificuldade em se adaptar em outras posições no meio de campo, seja atuando um pouco mais recuado, atuando em volta do círculo central, ou pelos lados do gramado.
No River Plate, onde chegou a jogar ao lado de Enzo Fernández contra o próprio Fortaleza, Pochettino tentou preencher o vazio deixado por Nacho como responsável por organizar as jogadas do ataque entre o círculo central e a grande área. Nos jogos contra o Leão do Pici, foi reserva em uma oportunidade e titular em outra, sem grande destaque em ambas.
A melhor versão de Pochettino, tanto Talleres, quanto no Austin foi pelos lados do gramado. Preferencialmente pelo lado direito, o meia se destaca por dribles curtos e velocidade que permitem avançar até a linha de fundo para cruzar.
O Fortaleza busca um camisa 10, ou pelo menos algo próximo disso. O time de Juan Pablo Vojvoda contou com Lucas Lima como titular na maior parte da temporada e não encontrou um substituto natural na posição, basta notar que em sua ausência a formação mais repetida no meio de campo foi com uma trinca de volantes. O Cruzeiro, por sua vez, tem carência similar por um jogador mais avançado, e já apostou neste mercado de transferências em Mateus Vital.
Seja Fortaleza ou Cruzeiro, quem ganhar a concorrência por Pochettino vai receber um talentoso meia, de bom chute de fora da área e lances individuais, mas que ainda busca desempenho condizente às expectativas que cria em um grande clube.
Fonte: Ogol




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