O trabalhador brasileiro ainda sofre com os impactos da pandemia no Brasil. Conforme mostram dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) do terceiro trimestre de 2022, 3 em cada 10 desempregados permanecem em busca por uma oportunidade de trabalho há mais de dois anos. O levantamento também revela que as mulheres são as mais afetadas pelo desemprego, com 11% da taxa de desocupação para profissionais mulheres, em comparação com 6,9% de profissionais homens.
Outra pesquisa divulgada em março de 2022 pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV-IBRE), a participação de mulheres no mercado de trabalho é 20% inferior à dos homens. O estudo também mostra que a pandemia interrompeu o processo de melhoria da inserção feminina no mercado e fez com que a taxa recuasse para patamares equivalentes aos reportados em 2012.
Por conta disso, a rede Marisa e a B2Mamy se uniram para mudar, ao menos um pouco, esta realidade com o projeto de capacitação e alta empregabilidade social, o Womby, que este ano ganhou o patrocínio da maior rede de moda feminina e lingerie do país.
“Eu estava começando a empreender, me esforçando para construir o meu negócio. Quando abri a minha empresa, veio a pandemia. Neste momento me vi em uma situação muito desafiadora, pois minha filha tinha acabado de nascer, e aqui eu encontrei uma rede de apoio, em um dos momentos que eu mais precisava”, relata a empreendedora Lívia Tereza. Seu depoimento demonstra a realidade de milhares de mães e mulheres que perderam a renda durante esse período. Ela é uma das alunas que se formaram no dia 07 de dezembro no Womby.
O projeto teve início em 2020, em meio às dificuldades intensificadas pela pandemia e com o objetivo de gerar renda e empregabilidade para mães e mulheres em vulnerabilidade social, e também torná-las livres economicamente por meio da educação. Desde então, o Womby já capacitou mais de 400 mulheres, residentes nas periferias do Brasil, possibilitando que cerca de 50% delas se recolocassem no mercado de trabalho ou começassem a empreender.
Historicamente, as mulheres enfrentam diversos desafios para conseguir investir em suas carreiras e alcançar independência financeira. “Sou administradora por formação e até julho deste ano estava coordenando um atendimento presencial, porém tive a necessidade de estar perto da minha filha, o que potencializou a minha saída do último emprego”, conta Aline Dias, aluna do Womby. “O projeto fala diretamente comigo e atinge a minha dor e necessidade de estar com minha filha. Ele abre uma nova oportunidade de ter uma fonte de renda, pois sou mãe solo e não me vejo mais no mercado de trabalho de forma tradicional, em um sistema presencial e CLT. O programa me fez sentir capaz”, completa.
A terceira edição do programa de aprendizado em profissões digitais teve duração de três meses e foi dividida em quatro módulos, com aulas ao vivo e gravadas. Ao final do curso, as alunas também fizeram parte de um painel/vitrine contando com empresas e possíveis contratantes para buscarem oportunidades de trabalho ao completarem a formação. “O programa me abriu um universo de possibilidades na área digital, que eu nem imaginava a existência, ou pelo menos achava muito distante da minha realidade”, conta Damaris Ramos que, antes de iniciar a capacitação, estava fora do mercado formal de trabalho, fazendo freelances como maquiadora.
De acordo com o Famivita, 39% das mães com filhos pequenos ficaram sem emprego durante a pandemia e 52% perderam boa parte de sua renda. Entre as mulheres, aquelas que eram mães foram 16% mais demitidas e suas famílias perderam 21% mais renda do que a média das mulheres ouvidas. Neste cenário, Marisa tem buscado ações afirmativas para estimular o empreendedorismo feminino, com o propósito de proporcionar independência financeira para as mulheres, como o apoio ao programa Womby, que possibilita novas opções de renda.
“Promover meios para a independência financeira de mulheres é uma das causas defendidas pela Marisa e entendemos o quanto a pandemia impactou a renda de famílias chefiadas por elas. Estamos muito orgulhosos em poder fazer parte da mudança da história de dezenas de mães e mulheres que agora têm mais uma capacitação profissional em um setor tão atual como a comunicação digital”, afirma Nívea Pizzolito, Coordenadora de Sustentabilidade da Marisa, que esteve à frente desse projeto para viabilizar a parceria.
Além de mentorias com as orientadoras da rede B2Mamy, o projeto oferece a criação de portfólio e currículo, também disponibilizados em um banco de talentos que as empresas mantenedoras, doadoras e parceiras podem consultar para contratações ou freelas.
“Nosso objetivo com o Womby é transformar, de fato, a vida das mulheres que estão passando pelo programa, por isso, além da capacitação e das mentorias, nós as conectamos com as empresas parceiras que estão em busca de profissionais dessa área a fim de proporcionar a primeira oportunidade de geração de renda.” explica Dani Junco, CEO e fundadora da B2Mamy.
Durante a formatura das participantes da terceira edição do projeto, que ocorreu em 7 de dezembro, as alunas Livia Tereza Machado, Isis França Silva, Monica Marcelino, Mylena Ramos e Larissa Firelle apresentaram seus trabalhos finais e relataram sobre como o programa de capacitação transformou suas vidas, possibilitando uma forma de conseguir renda imediata.
“A gente é capaz de aprender, de se desenvolver e de fazer coisas incríveis quando tem acesso a um conteúdo de qualidade e a pessoas engajadas no seu processo de transformação”, reforça a aluna Lívia Tereza, que assim como Mônica Marcelino, foi reconhecida entre os dois melhores trabalhos da noite. Ambas foram premiadas e receberam um ano de acesso a conteúdos de capacitação, além de outros benefícios do projeto. As ganhadoras também terão direito a três mentorias com o time de marcas para conhecer mais a fundo como acontecem os planejamentos, brainstorm e as práticas das ações.
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Fonte: Olhar Digital
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