Um grande pedaço do casco de madeira de um navio da era elisabetana foi encontrado na Inglaterra. Poucos navios desta época sobreviveram, por isso, essa descoberta traz muitas expectativas sobre o que pode ser aprendido do século XVI, período-chave da navegação marítima.
Na época em que esse navio era ativo, a Inglaterra expandiu rapidamente suas ligações comerciais em toda a Europa através de seu controle do Canal da Mancha. A arqueóloga marinha Andrea Hamel, da Wessex Archaeology, disse que “encontrar um navio do final do século XVI preservado no sedimento de uma pedreira foi um achado inesperado, mas muito bem-vindo”.
Trabalhadores, que estavam atuando em uma pedreira inundada a cerca de 100 quilômetros de Londres, quem relataram a descoberta a funcionários do governo local. A pedreira fica a aproximadamente 300 metros da costa mais próxima, mas os arqueólogos acreditam o local fazia parte do litoral no século XVI, quando o navio foi abandonado depois de não ser mais navegável
Apesar de ainda não ter sido identificada, análises inicias mostram que a embarcação foi construída a partir de árvores de carvalho inglês (Quercus robur) derrubadas entre 1558 e 1580. De acordo com essa estimativa, o navio foi provavelmente construído durante um período de transição naval no norte da Europa, quando a construção tradicional de “clínquer” de tábuas de casco sobrepostas foi substituída pela construção de “carvel” mais forte, desenvolvida no Mediterrâneo, que usava tábuas de casco nivelado pregadas em uma estrutura interna.
Segundo os pesquisadores, os restos do navio encontrado tinham esse novo tipo de construção de carvel, que serviu para construir muitos outros modelos posteriormente. A partir da digitalização a laser e das fotografias digitais, os arqueólogos estão documentando o que resta da embarcação e fazendo novas descobertas.
Madeira do navio passou séculos protegida
É incrível que partes desse navio tenham sobrevivido, afinal, a madeira apodrece rapidamente no ar e na água, e geralmente dura apenas alguns anos, a menos que seja protegida por uma camada anaeróbica de sedimentos. Acredita-se que as madeiras restantes do casco desse navio possam ter sido cobertas por uma camada anaeróbica de lodo sob o chão do lago da pedreira.
Em um comunicado, o chefe de estratégia de patrimônio marinho da Historic England, Antony Firth, disse que “os restos deste navio são realmente significativos, ajudando-nos a entender não apenas a embarcação em si, mas a paisagem mais ampla da construção naval e do comércio neste período dinâmico”. Quando as análises estiverem concluídas, as madeiras serão cuidadosamente enterradas no lago da pedreira para continuarem protegidas pela camada de lodo.
Fonte: Olhar Digital
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