O QA (Quality Assurance) é um profissional fundamental para os projetos de desenvolvimento de software. Tempos atrás, a figura do QA era vista como uma espécie de “guardião das chaves” das equipes de TI. Isso porque sua função era resumida em barrar ou liberar softwares, com base nos erros que encontrasse ao realizar os testes. Sua atuação acontecia apenas no final da etapa de desenvolvimento dos produtos digitais, para procurar bugs e então tomar a decisão sobre o próximo passo daquela produção.
Com a mudança de postura do mercado e dos gestores, especialmente após a pandemia, a qualidade tem sido priorizada em todas as etapas de desenvolvimento de um produto, e o QA assumiu um papel de protagonista dentro dos times de tecnologia. Hoje, esse profissional trabalha lado a lado com o desenvolvedor e demais membros do time e passou a estar presente em todas as fases do planejamento de produtos digitais, colaborando diretamente com a entrega final.
Mudança de papel
A cultura de qualidade tem conquistado mais espaço e sendo amplamente acolhida pelos times de tecnologia, que se preocupam cada vez mais em entregar o melhor produto possível para o consumidor final. Por isso, esse profissional assumiu um papel de educador dentro das equipes. Se um software falha, mesmo com a aplicação da cultura de qualidade desde o seu desenvolvimento, é necessário fazer uma análise sistêmica do processo e entender onde e o que deu errado. E é o QA quem auxilia o time nessa reflexão, a fim de prevenir novos problemas e garantir a eficiência do produto.
Nesse novo cenário, o QA deixou de ser apenas um executor de testes dentro das equipes e se tornou um dos grandes responsáveis pela qualidade dos produtos. Se antes encontrar um bug era satisfatório, hoje o que esses profissionais mais buscam é aplicar a qualidade de software como estratégia de excelência em todo o processo de desenvolvimento e, com isso, evitar bugs em geral.
Levando em conta que o perfil executor de testes já está obsoleto e que o que se espera dos QAs é uma postura consultiva, o que é preciso, então, para que um profissional alcance um alto nível de excelência?
Cinco características de um QA de alto desempenho
Existem algumas características específicas de profissionais exemplares desse grupo, que são:
- Nunca parar de estudar: ter um vasto conhecimento técnico, de estratégias de testes e conseguir estruturar um planejamento são aspectos primordiais para se destacar nessa profissão. Manter-se atualizado sobre o assunto também é necessário para garantir que o time está seguindo as melhores práticas de qualidade de software;
- Ter visão sistêmica apurada: só assim você conseguirá promover um fluxo de melhoria contínuo dentro das etapas de desenvolvimento de um software, com o objetivo de oferecer o melhor produto digital ao usuário final;
- Ser analítico e ter foco no problema: afinal, saber manipular muito bem os dados e aplicar a análise das informações colhidas da melhor maneira possível ajudará todo o time a evitar erros recorrentes nas etapas de desenvolvimento. Além disso, saber focar no problema, visando apenas a solução e não a procura por culpados, proporciona rapidez nas tomadas de decisão;
- Usar a comunicação assertiva: QAs que são capazes de lidar com situações adversas, com comunicação clara, direta e assertiva, conseguem se relacionar com diversos profissionais com mais facilidade e proporcionam ambientes que, de fato, valorizam a qualidade de software. Ter resiliência em momentos complexos também estimula o time e coloca sua visão de qualidade no processo;
- Ter habilidades de liderança e de negociação: dessa maneira, esse profissional consegue manter uma postura empática com os colegas de trabalho. Isso ajuda a construir um ambiente de segurança psicológica para todos, estimulando assim que toda a equipe participe efetivamente com ideias e sugestões de melhorias.
Em um cenário cada vez mais competitivo, esses atributos são fundamentais para que um QA consiga se sobressair e conquistar mais espaço dentro das equipes de tecnologia.
O estudo da Black Friday de 2022 feito pela Sofist constatou que, de 146 lojas monitoradas durante o evento, todas apresentaram instabilidade em algum período da BF, gerando um prejuízo de aproximadamente R$ 48,4 milhões para esses e-commerces.
Esse tipo de problema poderia ser minimizado se essas lojas contassem com mais ajuda de profissionais especializados em garantir a qualidade em todas as etapas de desenvolvimento do software, monitorando os sites constantemente e visando evitar as falhas nas páginas.
Isso demonstra a necessidade do mercado em contratar profissionais da área de tecnologia e evidencia ainda mais a importância dos QAs se aprimorarem, para que assim consigam suprir essa demanda.
Geovana Pavanelli é Gerente de Pessoas e Cultura da Sofist
Fonte: Olhar Digital
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