Com a maior reserva de calcário do Brasil, Mato Grosso do Sul produziu nos últimos sete anos 32 milhões de toneladas de corretivos de solo e brita calcária. Os dados são da CPRM – Companhia de Pesquisas de Recursos Minerais do Brasil.
De acordo com o levantamento, em 2016, o Estado produziu 2,9 milhões de toneladas, e no ano de 2022, atingiu 7,1 milhões de toneladas/ano, o que representa um crescimento na produção de 144%. Com isso, o salto na arrecadação foi para R$ 9 milhões de CFEM – Compensação Financeira pela Exploração Mineral durante o ano de 2022.
O secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, destacou o avanço na produção do minério. “Hoje temos 153 processos minerários ativos na ANM- Agência Nacional de Mineração, para calcários no estado, sendo: 105 para requerimento de pesquisas, 27 Autorizações de pesquisas, 09 de licenciamento e 11 Pedidos de concessão de lavra”, salientou.
Verruck lembra que a meta é alcançar a autossuficiência na produção de calcários (calcítico e dolomítico) e atender em 100% da demanda estadual. “Ainda importamos calcários de outros estados como o Paraná e Minas Gerais. Por isso temos alguns gargalos a romper, como por exemplo, a questão da energia demandada, que gradativamente as empresas estão resolvendo, com a instalação de energia solar. Paralelo a estes investimentos privados, temos solicitado a companhia Energisa, o aumento da capacidade instalada da rede”, informou o secretário.
Raio X
O município de Bela Vista é o maior produtor de calcário do Estado e arrecadou R$ 5.806.815,12 (2022), ou seja, 64% da arrecadação estadual, seguido de Bodoquena com R$ 1.616.587,63 (18%), e Miranda com R$ 1.089.687,87 (12%).
As rochas calcárias têm uma ampla variedade de aplicações, podendo ser utilizadas como rochas fonte na obtenção de blocos para a indústria de construção civil, material para agregados, indústria de vidro, siderúrgica, cimento, cal, corretivos de solos, rochas ornamentais, entre outros.
Segundo Eduardo Pereira, responsável da área de Mineração da Semadesc, o calcário é, sem dúvida, um dos bens minerais de maior gama de aplicações na indústria. Entre os exemplos de uso estão a indústria farmacêutica, a indústria do cimento, na indústria da cal, na produção de brita, na metalúrgica, química, tintas e principalmente no agronegócio, que é usada na correção de acidez dos solos, seja na produção de grãos ou pastagens.
Pereira explica que os solos do Mato Grosso do Sul são, em sua maioria, ácidos, seja pela sua própria natureza, seja em decorrência do uso de sistemas de irrigação ou de seu uso continuado. As culturas em geral são tolerantes à acidez, o que não impede o seu desenvolvimento, mas é num ambiente de neutralidade que as plantas adquirem máxima produtividade. E, uma das maneiras mais usuais, de se corrigir a acidez do solo é através da utilização do calcário.
”A calagem é adequada para melhorar as condições de baixa fertilidade e o calcário é o principal produto utilizado por questões econômicas e práticas, age neutralizando os elementos tóxicos e fornecendo o cálcio e o magnésio para as outras culturas, tornando assim o solo mais produtivo”, destacou Pereira.
Rosana Siqueira, da Assessoria de Comunicação da Semadesc
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