Um estudo publicado recentemente na The Astrophysical Journal Letters apontou que compreender fatores que permeiam a explosão de uma supernova pode expandir o conhecimento acerca dos estágios posteriores da vida dessas estrelas massivas. Isso porque os elementos vistos em uma supernova refletem a composição da estrela moribunda no momento da explosão.
Estrelas massivas, que têm cerca de oito vezes a massa do Sol ou mais, apresentam camadas de elementos mais pesados que o hidrogênio (normalmente o principal elemento das estrelas), como hélio, carbono, oxigênio e assim por diante.
Segundo Hanindyo Kuncarayakti, pesquisador da Academia da Finlândia, do Departamento de Física e Astronomia da Universidade de Turku, na Finlândia, “ao longo de suas vidas, as estrelas podem perder alguma parte de suas massas, através da ejeção de fluxos de partículas, um processo conhecido como ventos estelares. Esse processo também acomete o Sol, por exemplo.
“Uma perda de massa vigorosa e pode remover completamente todo o envelope de hidrogênio que existe nesse astro, logo, as camadas internas podem ficar expostas e a massa perdida pela estrela pode criar matéria circunstelar”, complementou o pesquisador.
Já foram identificadas supernovas com matéria circunstelar rica em hidrogênio e outras ricas em hélio. Apenas em 2021, os pesquisadores descobriram supernovas com matéria circunstelar de carbono-oxigênio. A partir dessa descoberta, uma equipe liderada pelo pesquisador Kuncarayakti descobriu a Supernova (SN) 2021ocs, observada com o Very Large Telescope (VLT), do Observatório Europeu do Sul (ESO), no Chile.
Oxigênio e Magnésio foram encontrados ao redor da estrela
Kuncarayakti disse, impressionado, que a supernova “tinha fortes características de oxigênio e magnésio, e o objeto era extraordinariamente duradouro e azul”. Essas observações sugerem que o gás em expansão, rico em oxigênio e magnésio, pode colidir com a matéria circunstelar da supernova. Acredita-se que essa matéria poderia ter sido formada pela estrela precursora cerca de mil dias antes da explosão da supernova, mas é difícil descobrir se esse ponto é real.
“Ao observar novos tipos de supernovas, obtemos informações valiosas sobre os estágios posteriores da vida de estrelas massiva”, disse o professor de astronomia Seppo Mattila, da Universidade de Turku, que também participou do estudo com Kuncarayakti.
Fonte: Olhar Digital
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