As mudanças climáticas causadas pelo aquecimento global tem afetado o mundo todo. Com isso extremos climáticos têm sido percebidos com maior frequência, seja por climas muito mais frios ou muito mais quentes. Por isso, tecnologias para monitorar áreas em que as mudanças climáticas têm deixado as condições do lugar mais quentes e secas têm sido desenvolvidas.

Três estudos têm sido desenvolvidos pela Universidade Flinders, na Austrália. O objetivo é avaliar os efeitos das secas nas ondas de calor, salinidade do solo e saúde da vegetação. Os estudos têm sido desenvolvidos em parceria com pesquisadores chineses e outros cientistas australianos.

A primeira das três pesquisas mapeou regiões de todo o planeta onde foi demarcada as áreas mais afetadas pelo aquecimento global quando comparada com a queda da umidade do solo em consequência do aquecimento global. O estudo foi publicado no Journal of Hydrology e usou método de modelagem computacional para demarcar as áreas em um mapa.

Monitoramento espectral e mudanças climáticas 

Os dois outros estudos foram liderados pela Universidade de Agricultura da China em parceria com a Flinders. Os cientistas trabalharam em conjunto a fim de melhorar as tecnologias de sensoriamento remoto hiperespectral. Essas tecnologias são utilizadas para observar a salinidade de solos irrigados e como a seca afeta a vegetação.

“Esses dois estudos fornecem métodos para avaliar os efeitos em larga escala do aquecimento global e o aumento da variabilidade das chuvas em extremos quentes, aridez, degradação do solo e segurança alimentar , a fim de planejar a resiliência futura de nosso meio ambiente e sistemas agrícolas” aponta Huade Guan, da Universidade Flinders, em resposta a Phys.

Um desses estudos foi publicado no Science of The Total Environment  e observa como diferentes regiões são afetadas pelo aquecimento global. Enquanto umas são atingidas por ondas de calor mais frequente, outras sofrem de uma alta variabilidade de umidade do solo próximo às raízes.

As regiões que são mais afetadas pelas frequentes ocorrências de extremo calor são áreas localizadas em regiões secas, de cadeias de montanhas e planaltos, onde a variabilidade de umidade radicular é menor devido a fatores como  falta de água, relevo mais íngreme e baixas temperaturas. Outros fatores como degradação da vegetação natural também pode aumentar a incidência de ondas de calor.

A última pesquisa monitorou o fluxo de radiação eletromagnética refletida em relação a quantidade de energia que incide sobre o solo. O modelo exponencial desenvolvido pelo monitoramento desse fluxo possibilitou a melhora do monitoramento espectral para uma avaliação rápida da salinidade do solo.

O monitoramento da salinidade pode ser muito útil em planícies de inundação e campos de irrigação. “A salinidade do solo afeta cerca de 23% das terras cultivadas, especialmente em áreas agrícolas irrigadas, áridas e semiáridas e é um dos principais fatores que restringem o desenvolvimento sustentável da agricultura”, aponta Guan.

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